Produção de etanol de milho avança 30% nesta safra
No acumulado até dezembro, a moagem atingiu 611,85 milhões de toneladas
O cascudinho-da-soja (Myochrous armatus), inseto polífago pertencente à família Chrysomelidae, tem causado prejuízos sucessivos às lavouras do Centro-Oeste brasileiro. Casos mais críticos ocorrem no norte e centro-oeste de Mato Grosso do Sul e nas regiões sul e leste de Mato Grosso.
Na última safra, as perdas relatadas chegaram a 30% em áreas infestadas.
O aumento da população da praga preocupa os produtores e exige ações integradas e assertivas para manejo e controle, explica a pós-doutora em entomologia Andressa Lima de Brida, pesquisadora da Fundação MS.
Os adultos de M. armatus medem cerca de 5 mm de comprimento por 3 mm de largura e apresentam coloração preto-fosca, com variações de marrom a acinzentado devido à adesão de partículas de solo ao corpo.
Com pouca capacidade de voo, exibem comportamento defensivo peculiar, conhecido como tanatose: quando ameaçados, jogam-se ao chão e permanecem imóveis ou enterram-se no solo.
As larvas vivem no solo, onde se alimentam de matéria orgânica e raízes de diversas plantas hospedeiras, incluindo braquiárias, milho, feijão e amendoim-bravo.
Os adultos atacam as plântulas de soja, causando danos severos, como ponteiros cortados, folhas enroladas e hastes principais danificadas.
Os prejuízos causados pelo M. armatus são maiores nas fases iniciais do desenvolvimento da soja, desde a emergência até o estágio fenológico V5 (25 dias), ensina Andressa.
A praga reduz o vigor das plantas jovens, ocasionando amarelecimento, murcha e morte. Em casos severos, os danos geram falhas no estande e demandam replantio, impactando diretamente na produtividade e nos custos de produção.
O ataque intenso forma reboleiras, que se distribuem de forma irregular nas lavouras, dificultando o controle. Os insetos escondem-se durante o dia sob torrões ou na palhada, evitando o contato com pesticidas e tornando pulverizações convencionais menos eficazes.
Em áreas sem palhada, muitas vezes nos horários mais quentes do dia, os adultos de M. armatus acabam alojando-se no trifólio da planta, fato que pode contribuir na tecnologia de aplicação. Porém, o horário não é adequado para as aplicações dos inseticidas.
O manejo de M. armatus exige estratégias integradas. Entre as mais promissoras estão:
Embora as estratégias atuais apresentem bons resultados, o manejo de M. armatus ainda enfrenta desafios devido ao hábito do inseto de se esconder na palhada e sob o solo.
Isso reforça a necessidade de integrar técnicas como monitoramento, manejo químico e biológico e desenvolvimento de novas soluções para aumentar a eficácia do controle.
Além disso, a abordagem deve considerar o manejo do sistema agrícola como um todo, já que o cascudinho-da-soja é polífago e encontra abrigo em plantas hospedeiras como milho e tigueras, conta Andressa.
A rotação de culturas e a adoção de práticas que reduzam populações nas entressafras são fundamentais.
A entomologista explica ainda que a Fundação MS, em sua unidade em São Gabriel do Oeste (MS), tem intensificado pesquisas visando o controle desta praga.
Novos ensaios estão em desenvolvimento com novas tecnologias e associações de estratégias de controle para levar soluções ao produtor rural.
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