Campo Grande aprova projeto que proíbe murta para combater Greening

Medida municipal visa eliminar planta ornamental que hospeda bactéria

01.07.2025 | 15:08 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações do Sifems
Glaucy Ortiz - Foto: Mairinco de Pauda
Glaucy Ortiz - Foto: Mairinco de Pauda

A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou o Projeto de Lei nº 11.616/25, que proíbe o plantio, comércio, transporte e produção da murta (Murraya paniculata) em todo o município. A proposta, de autoria do vereador Veterinário Francisco, aguarda sanção da prefeita Adriane Lopes para virar lei. A medida recebeu apoio da fiscalização agropecuária do estado por ser considerada estratégica no combate ao greening (HLB), uma das doenças mais destrutivas da citricultura brasileira.

A engenheira agrônoma Glaucy Ortiz, fiscal da Iagro, considera a proibição da murta um passo decisivo. A planta, usada em paisagismo urbano, abriga o psilídeo-dos-citros (Diaphorina citri), inseto transmissor da bactéria Candidatus Liberibacter, causadora do greening. Segundo ela, a erradicação da murta é essencial para conter o avanço da doença, que não tem cura.

“A única forma de reduzir a incidência do greening é eliminando as murtas, plantas hospedeiras do vetor. Com isso, conseguimos suprimir o psilídeo e diminuir a necessidade do uso de agrotóxicos nas lavouras”, explica Glaucy.

Mato Grosso do Sul vive uma fase de expansão na citricultura, com mais de 20 mil hectares plantados e expectativa de atingir 30 mil hectares até o fim de 2025. Esse cenário reforça a urgência de ações preventivas. Glaucy destaca que a regulamentação municipal fortalece as defesas sanitárias e complementa os esforços dos produtores rurais, que já realizam monitoramento e eliminação de plantas doentes.

“Os municípios mostram sensibilidade ao alinhar suas decisões às demandas das cadeias produtivas emergentes, como a citricultura. A eliminação sustentável da murta é uma medida de exclusão que fortalece a sanidade vegetal e o desenvolvimento do setor”, aponta.

A fiscal ressalta ainda que o apoio municipal reforça a atratividade da região para novos investimentos. “Quando os gestores entendem que o crescimento urbano depende do sucesso econômico do campo, toda a cadeia se beneficia.”

Além de Campo Grande, cidades como Dois Irmãos do Buriti e Aparecida do Taboado já adotam iniciativas semelhantes.

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