Calor excessivo na secagem prejudica sementes de soja

Estudo aponta queda na germinação e morte celular

12.12.2025 | 09:49 (UTC -3)
Revista Cultivar
Foto: Syngenta
Foto: Syngenta

A secagem de sementes de soja com ar aquecido acima de 50 ºC compromete o desempenho fisiológico e provoca danos citogenéticos. A conclusão vem de pesquisa conduzida na Universidade Federal da Grande Dourados, em Mato Grosso do Sul, que avaliou temperaturas de 40 ºC, 50 ºC, 60 ºC e 70 ºC no processo pós-colheita. Os resultados indicam prejuízos diretos à germinação, ao vigor e à integridade celular quando o calor excede esse patamar.

Sementes secas a 70 ºC apresentaram queda acentuada na germinação. O índice caiu para 77% no oitavo dia, contra média de 95% nas temperaturas entre 40 ºC e 60 ºC. A velocidade de germinação também diminuiu de forma significativa no tratamento mais quente.

Testes de vigor

Os testes de vigor reforçaram o efeito negativo do calor. No teste de frio, sementes secas a 70 ºC registraram 83% de plântulas normais, enquanto aquelas secas a 40 ºC alcançaram 100%. A condutividade elétrica, indicador de danos de membrana, atingiu o maior valor no tratamento a 70 ºC, sinal de maior lixiviação celular.

O crescimento inicial sofreu impacto. Plântulas oriundas de sementes secas a 70 ºC desenvolveram parte aérea e raízes mais curtas, além de menor massa seca. Temperaturas de 40 ºC e 50 ºC mantiveram melhor desempenho morfológico.

Análise citogenética

A análise citogenética revelou aumento de alterações cromossômicas e redução do índice mitótico em sementes submetidas a 60 ºC e 70 ºC. O tratamento mais quente reduziu a divisão celular e induziu alterações nucleares, como cromatina excessivamente condensada e morfologia anormal. Testes com corante Evans Blue confirmaram morte celular em raízes expostas a temperaturas acima de 50 ºC.

O estudo aponta 40 ºC e 50 ºC como limites mais seguros para a secagem de sementes de soja. Temperaturas superiores intensificam danos fisiológicos e genotóxicos, com reflexos diretos na formação de plântulas e no potencial produtivo da cultura.

O estudo foi desenvolvido por Daynara Martins da Silva, Tathiana Elisa Masetto, Leilaine Gomes da Rocha, Valdiney Cambuy Siqueira, Diogo Santos Crippa e Allan Dellon Alegre Takagi.

Outras informações em doi.org/10.3390/seeds4040068

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Background Newsletter

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura