RS Safra 2025/26: colheita do trigo é finalizada no estado

Produtividade média estadual deve alcançar 3.012 kg/ha; chuvas no início de novembro afetaram parte das lavouras

11.12.2025 | 17:08 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues, edição Revista Cultivar
Foto: José Schäfer
Foto: José Schäfer

A colheita do trigo está praticamente concluída no Rio Grande do Sul, faltando apenas 1% das áreas localizadas em altitudes elevadas do Planalto e dos Campos de Cima da Serra, onde o ciclo se alongou. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS divulgado nesta quinta-feira (11/12), o avanço mais expressivo ocorre na região de Caxias do Sul, que chegou a 80% da área colhida após cerca de 20 dias sem precipitações. Lá, a produtividade média está próxima de 3.800 kg/ha, com PH acima de 80 kg/hl e picos de até 6.000 kg/ha nas melhores lavouras.

No Estado, a área cultivada soma 1,15 milhão de hectares, com produção estimada em 3,43 milhões de toneladas. A produtividade média projetada (3.012 kg/ha) ficou próxima à expectativa inicial, mas abaixo da estimativa intermediária de outubro. Chuvas ocorridas na transição entre outubro e novembro, durante o avanço da colheita em parte das regiões produtoras, reduziram massa, qualidade industrial dos grãos e elevaram a incidência de doenças fúngicas, especialmente giberela.

A Emater/RS destaca diferenças regionais marcantes. As maiores produtividades – acima de 3.500 kg/ha – concentram-se nas regiões de Caxias do Sul, Passo Fundo e Erechim, favorecidas por melhores condições climáticas e uso mais intensivo de tecnologia. Na faixa intermediária, entre 2.700 e 3.300 kg/ha, estão Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado, Pelotas, Santa Maria, Santa Rosa e Soledade. Já os menores rendimentos, abaixo de 2.500 kg/ha, foram observados em Bagé e Porto Alegre, impactados pela instabilidade climática e por menores níveis de investimento.

Outras culturas de inverno

Aveia-branca – colheita concluída, com produtividade média de 2.404 kg/ha em 398,8 mil hectares. A produção total deve atingir 958,9 mil toneladas. A qualidade dos grãos é elevada, com PH dentro dos padrões.

Canola – com 176 mil hectares colhidos, a produtividade média final é estimada em 1.644 kg/ha, levemente abaixo das expectativas iniciais devido a falhas de estande e erosão durante a implantação. A produção deve alcançar 289,4 mil toneladas.

Cevada – a colheita está tecnicamente finalizada, restando apenas pequenas áreas nos Campos de Cima da Serra. A produtividade média é de 3.486 kg/ha em 33,5 mil hectares, com grãos de bom calibre, boa germinação e baixa incidência de defeitos. A produção é estimada em 110,2 mil toneladas.

Culturas de verão

Soja – a semeadura atingiu 76% da área prevista, mas foi prejudicada pela forte restrição hídrica e altas temperaturas. Lavouras implantadas até 15/11 apresentam bom estande, enquanto áreas mais tardias registram emergência desuniforme. Produtores com irrigação suplementar têm reduzido o risco de perdas iniciais. A projeção estadual indica cultivo de 6,74 milhões de hectares e produtividade média de 3.180 kg/ha.

Milho – o plantio alcançou 89% da área devido à escassez de chuvas nas últimas semanas. O estresse hídrico afetou lavouras em todos os estádios, principalmente as que estão em fase reprodutiva. Áreas irrigadas apresentam excelente desenvolvimento, enquanto talhões de sequeiro mostram porte irregular. A expectativa é de 785 mil hectares cultivados, com produtividade de 7.370 kg/ha.

Arroz – a semeadura está próxima do fim, com cerca de 95% da área concluída. O avanço foi favorecido pelo período prolongado de dias ensolarados e pela boa disponibilidade hídrica. Lavouras semeadas no início apresentam desenvolvimento satisfatório; áreas implantadas mais tardiamente registram falhas de estande devido ao déficit hídrico. A área prevista pelo Irga é de 920 mil hectares, com produtividade estimada em 8.752 kg/ha.

Feijão 1ª safra – a semeadura segue em 60% da área prevista. O desenvolvimento das lavouras é satisfatório, mas o estresse hídrico provocou abortamento de flores e queda no potencial produtivo em algumas regiões. A projeção estadual é de 26 mil hectares, com produtividade média de 1.779 kg/ha.

Pastagens 

As pastagens anuais e perenes registram forte desaceleração do crescimento devido ao calor intenso e à ausência prolongada de chuvas. Há murchamento severo em áreas de capim-sudão e milheto, com redução na palatabilidade e na oferta de massa verde. Solos rasos e arenosos apresentam maior impacto, aumentando a pressão de pastejo sobre áreas de várzea e elevando o risco de compactação.

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