João Martins é empossado para novo mandato na CNA
Cerimônia em Brasília marcou a posse da diretoria e do Conselho Fiscal para o período 2025-2029
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou nesta quinta-feira (11/12) o Boletim Agroclimatológico Mensal com o prognóstico para dezembro de 2025 e os meses de janeiro e fevereiro de 2026. O relatório traz a tendência climática para o trimestre e apresenta estimativas dos níveis de água no solo, informações essenciais para planejamento de plantio, manejo hídrico e avaliação de risco agrícola em todas as regiões do país.
O boletim é influenciado pela transição para o fenômeno La Niña, já indicado pelo resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, e pela neutralidade do Dipolo do Atlântico, que modula o regime de chuvas no Norte e Nordeste.
O modelo do Inmet indica chuvas acima da média na maior parte da Região Norte. No sudeste do Pará e Tocantins, porém, são previstos volumes abaixo da climatologia. As temperaturas devem ficar até 1 °C acima da média em praticamente todos os estados.
No início do trimestre, Roraima, centro-norte do Pará, Amapá e norte do Tocantins podem registrar armazenamento hídrico inferior a 30%, mas essa área tende a diminuir a partir de janeiro. Ainda assim, o noroeste do Pará, extremo oeste do Amapá e Roraima devem enfrentar déficit hídrico superior a 60 mm em dezembro, condição que pode afetar culturas anuais implantadas antecipadamente e a formação de pastagens.
A partir de fevereiro, a regularização das chuvas aumenta a disponibilidade hídrica na maior parte da região, exceto em Roraima, onde o déficit persiste.
No Nordeste, o boletim aponta chuva abaixo da média em grande parte do interior, enquanto o litoral norte deve ficar próximo da climatologia. As temperaturas tendem a permanecer entre 0,5 °C e 1 °C acima da média.
O armazenamento de água no solo deve permanecer abaixo de 20% no centro-leste da região durante todo o trimestre, intensificando o déficit hídrico, especialmente em dezembro — quando valores superiores a 130 mm são previstos do litoral do Maranhão ao Rio Grande do Norte e no norte da Bahia.
Essa condição pode limitar o desempenho das culturas de sequeiro, exigindo manejo conservacionista, escalonamento de plantio e uso de materiais mais tolerantes ao estresse hídrico.
Por outro lado, áreas do Maranhão, oeste do Piauí, oeste da Bahia e extremo norte do Ceará devem apresentar recuperação gradual do armazenamento hídrico em fevereiro, favorecendo o desenvolvimento das culturas e a melhoria das pastagens.
Para Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e sul de Goiás, a previsão indica chuvas próximas ou acima da média, com temperaturas até 1 °C acima da climatologia. No Distrito Federal, centro-norte de Goiás e áreas do sudoeste do MT e noroeste do MS, as chuvas devem ficar abaixo da média.
Os níveis de umidade do solo devem ultrapassar 80% em janeiro na maior parte da região, criando condições favoráveis ao plantio e à germinação das lavouras de soja e milho primeira safra.
Entretanto, o modelo também aponta excedentes hídricos no MT e GO em dezembro e janeiro, o que pode dificultar operações mecanizadas e atrasar manejos em áreas com menor drenagem.
A previsão indica volumes acima da média no estado de São Paulo, centro-sul de Minas Gerais e Espírito Santo. Já o centro-norte de Minas e áreas pontuais do RJ e nordeste paulista devem ter chuvas próximas ou abaixo da climatologia.
As temperaturas permanecem elevadas, principalmente no noroeste mineiro e oeste paulista, com até 1 °C de anomalia positiva.
O armazenamento hídrico tende a ficar acima de 70% na maior parte da região — condição positiva para o desenvolvimento das culturas de verão. O norte de Minas, Espírito Santo e áreas isoladas do Rio de Janeiro, porém, podem registrar disponibilidade abaixo de 50% entre janeiro e fevereiro.
Excedentes hídricos podem ocorrer no centro-sul de Minas e leste paulista, favorecendo o estabelecimento das lavouras, mas exigindo atenção ao manejo de solo. Em fevereiro, esses excedentes tendem a se reduzir.
O boletim aponta chuvas acima da média no norte e leste do Paraná e no litoral de Santa Catarina. No restante da região, os volumes devem variar entre próximos e abaixo da média, com maior redução no sudoeste do Rio Grande do Sul.
As temperaturas devem ficar até 1 °C acima da média, principalmente no RS, centro de SC e leste do PR.
A maior parte da região mantém umidade no solo acima de 70%, exceto no centro-sul do RS, onde os estoques podem ficar abaixo de 30%. O excesso de umidade previsto no PR, SC e nordeste do RS deve gerar excedentes hídricos acima de 30 mm, interferindo na colheita do trigo, atrasando a semeadura das culturas de primeira safra e reduzindo a trafegabilidade de máquinas.
No extremo sul do RS, o trimestre pode apresentar déficit moderado, exigindo atenção à irrigação suplementar.
A análise oceânica mostra neutralidade do Dipolo do Atlântico, com anomalias discretamente positivas no Atlântico Norte e negativas no Atlântico Sul, o que pode deslocar a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para norte, desfavorecendo chuvas no litoral do Nordeste.
No Pacífico Equatorial, a anomalia negativa de -0,7 °C na região Niño 3.4 confirma o avanço para uma fase La Niña, com probabilidade de 53% para o trimestre DJF/2025-2026, segundo o IRI. Entre janeiro e março, a tendência é de retorno à neutralidade (65%).
O fenômeno tende a modular o regime de chuvas no país, influenciando o comportamento das frentes frias, da ZCIT e da umidade amazônica — elementos críticos para o planejamento agrícola.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura