Associações da indústria agropecuária e bioenergia das Américas criam Coalizão Pan-Americana de Biocombustíveis Líquidos

IICA estará à frente da Secretaria Técnica da CPBIO, composta pelas principais câmaras, federações, associações e conselhos de biocombustíveis líquidos da região

11.04.2023 | 15:36 (UTC -3)
Comunicação IICA

As principais associações empresariais e industriais das Américas dedicadas à produção e ao processamento de açúcar, álcool, milho, sorgo, soja, óleo vegetal e grãos, entre outros produtos do setor agropecuário, constituíram a Coalizão Pan-Americana de Biocombustíveis Líquidos (CPBIO), com o objetivo de coordenar a elaboração, a promoção e o consumo sustentável dessas energias limpas no hemisfério.

A criação do grupo ocorreu na Cúpula Pan-Americana de Biocombustíveis Líquidos, organizada em São José pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que atuará como Secretaria Técnica da coalizão. 

As 25 organizações que deram origem à CPBIO, provenientes de múltiplos países das Américas, assinaram uma declaração propondo a busca por uma institucionalidade e uma coordenação mais robustas para promover os biocombustíveis. 

“No cenário internacional de hoje, articular experiências e conhecimento é fundamental para alcançar objetivos sustentáveis que impactem o meio ambiente no futuro. Por isso, o IICA assume a Secretaria Técnica da Coalizão com grande responsabilidade, o seu papel será catalisar as ações do grupo de trabalho e apoiar a execução do roteiro proposto”, afirmou Manuel Otero, Diretor Geral do IICA. 

“A América é uma região onde se produz bioenergia e biocombustíveis com sustentabilidade em grande quantidade. No entanto, essas iniciativas não estão formalizadas nem institucionalizadas, o que impede que as informações sejam divulgadas de maneira fluida e assertiva. Essa iniciativa é disruptiva, e permitirá ao setor enfrentar os desafios do futuro para suprir o mundo de energia de baixo carbono”, manifestou Evandro Gussi, Presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) do Brasil, uma das organizações fundadoras da CPBIO. 

Gussi acrescentou que o apoio do IICA será fundamental para o desenvolvimento da coalizão e seus objetivos de trabalho. “O setor tem a garantia de que as propostas e acordos definidos contarão com toda a experiência que, há várias décadas, o IICA tem proporcionado às Américas”.  

Édgar Herrera, Diretor Executivo da Liga Agrícola Industrial da Cana-de-Açúcar (LAICA), da Costa Rica, outra das fundadoras, expressou: “Falar dos benefícios dos biocombustíveis e energias renováveis no meio ambiente é uma questão de estado e de segurança energética, assim como falar de segurança alimentar. Sem dúvida, o elo que faltava era que uma instituição como o IICA tomasse a iniciativa a partir de uma óptica continental”. 

Entre seus principais enunciados, a declaração de origem da CPBIO propõe que a crise climática é cada vez mais preocupante, mas ainda há tempo para evitar catástrofes maiores, sendo os biocombustíveis, especialmente os líquidos, um fator fundamental para a descarbonização do transporte.  

Na opinião da coalizão, os biocombustíveis melhoram a qualidade do ar e a saúde da população e contribuem para o desenvolvimento da agricultura e da economia, pois sua elaboração diversifica a oferta produtiva, agrega valor, protege os solos, mediante o rodízio de cultivos, cria empregos sustentáveis e assegura um fluxo de demanda estável ao longo do tempo para os agricultores. 

Além disso, a produção de biocombustíveis permite reduzir a vulnerabilidade associada a uma única fonte de energia. 

“As políticas públicas têm um papel fundamental no desenvolvimento das energias limpas em geral e dos biocombustíveis em particular. Nesse sentido, os países das Américas têm uma posição privilegiada, pois dispõem de biomassa que pode ser industrializada de maneira sustentável para produzir combustíveis biológicos, a fim de descarbonizar a economia e cuidar da saúde das pessoas, dos animais e das plantas”, considerou o especialista internacional em biocombustíveis do IICA, Agustín Torroba. 

As organizações do hemisfério integrantes da Coalizão Pan-Americana de Combustíveis Líquidos (CPBIO) são:

  • Associação Açucareira de El Salvador
  • Associação de Combustíveis Renováveis da Guatemala (ACR)
  • Associação da Cadeia da Soja da Argentina (ACSOJA)
  • Açucareiros do Istmo Centro-Americano (AICA)
  • Álcoois do Uruguai (ALUR)
  • Associação de Produtores de Álcool da Guatemala (APAG)
  • Arranjo Produtivo Local de Álcool (APLA), Brasil
  • Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO)
  • Associação de Açúcares e Álcoois do Panamá (AZUCALPA)
  • Câmara Paraguaia de Biocombustíveis e Energias Renováveis (BIOCAP)
  • Centro Açucareiro Argentino (CAA)
  • Centro Açucareiro e de Álcool Paraguaio (CAAP)
  • Câmara de Bioetanol de Milho (BIOMAIZ), Argentina
  • Câmara Argentina de Biocombustíveis (CARBIO)
  • Câmara da Indústria de Óleo da República Argentina-Centro de exportadores de Cereais (CIARA-CEC)
  • Câmara Nacional das Indústrias Açucareira e de Álcool, México
  • Comitê Nacional de Produtores de Açúcar da Nicarágua (CNPA)
  • Federação Nacional de Biocombustíveis da Colômbia (FEDECOMBUSTIBLES)
  • A Liga Agrícola Industrial da Cana-de-Açúcar (LAICA), Costa Rica
  • Associação Argentina de Milho e Sorgo (MAIZAR)
  • Associação Peruana de Agroindustriais do Açúcar e Derivados (PERUCAÑA)
  • União de Açucareiros Latino-Americanos (UNALA)
  • União Nacional do Etanol de Milho (UNEM)
  • Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA)
  • Conselho de Grãos dos Estados Unidos

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