PR Safra 2024/25: milho deve ser colhido até o fim de agosto
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O agronegócio brasileiro deve entrar em um novo ciclo positivo, impulsionado pela demanda externa e pelos avanços em produtividade. A avaliação é do economista Ricardo Amorim, presidente da Ricam Consultoria, durante o Congresso Andav 2025, encerrado nesta quinta-feira (7), em São Paulo.
Segundo Amorim, o Brasil reúne vantagens ambientais, climáticas e tecnológicas para ampliar a produção e atender mercados estratégicos como China e Europa. Ele destacou que a economia nacional vive um ciclo de alta, com geração recorde de empregos nos últimos anos, e que o país se mantém atrativo para investimentos estrangeiros, especialmente após o aumento das tensões geopolíticas globais.
“A agroeconomia não é apenas um pilar do presente, mas o motor do futuro brasileiro”, enfatizou.
Amorim alertou, porém, para os impactos das políticas comerciais dos Estados Unidos, como a nova taxação sobre produtos importados, que deve encarecer custos e gerar reflexos regionais no Brasil.
Acesso a crédito e gestão financeira também foram temas centrais do evento. O consultor André Pessoa apontou o alto endividamento do produtor rural, juros elevados e margens apertadas, principalmente na produção de grãos. Ele defendeu que o agricultor adote práticas de gestão semelhantes às dos distribuidores e empresas do setor.
Filipe Paiva, da Unibarter, reforçou a importância de governança, gestão de risco e uso de tecnologia para viabilizar a captação no mercado de capitais. Já Moacir Teixeira, da Ecoagro, destacou que os distribuidores de insumos podem ser a ponte entre pequenos produtores e novas fontes de financiamento, desde que haja planejamento.
“Tudo depende de gestão, pois os prazos do mercado de capitais são mais longos do que os de custeio, exigindo planejamento”, comentou Moacir.
Para Carlos Aguiar Neto, do Banco Santander, prazos maiores de pagamento não resolvem problemas de alavancagem, mas dão tempo para planejar a desalavancagem.
Celso Ienaga, da Dextron Consulting, defendeu que a governança sustentável seja o eixo central das organizações do agro. Segundo ele, falta de planejamento, crescimento sem estratégia e estrutura de capital inadequada podem levar à quebra. Empresas que incorporam práticas ESG e decisões estruturadas, destacou, ganham competitividade e relevância no mercado.
“A governança sustentável não é apenas uma estrutura organizacional, mas uma jornada de transformação que conecta propósito, longevidade e geração de valor, fortalecendo toda a cadeia do agronegócio", finalizou Ienaga.
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