Agricultura terá batata e café com certificação na Superminas

19.10.2009 | 21:59 (UTC -3)

A proposta de segmentação do mercado de batata vai ser apresentada pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) na 23ª Convenção Mineira de Supermercados (Superminas).

Durante o evento, que será aberto nesta terça-feira (20/10), no Complexo Expominas, em Belo Horizonte, técnicos da Superintendência de Segurança Alimentar e Apoio à Agricultura Familiar (Susaf) vão mostrar aos varejistas que a indicação do uso culinário de cada variedade de batata pode contribuir para o aumento das vendas do produto.

“A segmentação do mercado de batata será benéfica para todos os segmentos e atenderá também a uma expectativa dos consumidores”, diz Luciana Rapini, assessora técnica da Susaf. “Uma pesquisa da Associação Brasileira dos Produtores de Batata (ABBA), em supermercados e sacolões, mostra que 96% dos entrevistados gostariam que as informações sobre o uso culinário do produto estivessem disponíveis em embalagens ou nos pontos de venda. Dentro do conceito de segmentação, o consumidor poderá encontrar as batatas já separadas por tipo culinário: para assar, cozinhar em água ou a vapor (no preparo de pratos em pedaços, purês ou massas) ou fritar (sob a forma de palito ou chips)”, explica a assessora.

No estande do governo de Minas Gerais haverá duas gôndolas com as variedades de batatas que podem ser encontradas nesta época do ano no Mercado Livre (MLP) da CeasaMinas. Os técnicos da Seapa vão apresentar a segmentação dessas batatas, que o consumidor apenas conhece pelo nome genérico de “batata”, porque ainda não são vendidas com a distinção de variedades.

Em Minas, a Ágata responde por 80% do mercado, embora essa batata seja adequada apenas para o preparo na forma assada e cozida a vapor. De acordo com a assessora, essa variedade predomina atualmente no Estado porque tem uma excelente produtividade. “Além disso, o consumidor está acostumado a comprar pelo aspecto externo do produto, a “pele”, que segundo Luciana Rapini é excelente. Ela enfatiza que as características culinárias da Ágata deixam a desejar. “Por isso, o consumo de batata tem diminuído.” A assessora informa que a segmentação de mercado, com o objetivo de mudar esse cenário, é uma das propostas da Câmara Técnica da Batata do Conselho Estadual de Política Agrícola, criada pela Secretaria da Agricultura.

Luciana Rapini diz que, na Superminas, serão indicados os usos culinários da Ágata, além das demais variedades produzidas. Nesta época do ano são as seguintes: Asterix, Opaline, Markies Bintjer e Caesar, que devem ser usadas para fritura e cozimento; e Emeraude, Cupido e Monalisa, indicadas para assar ou cozinhar.

Luciana ainda explica que, para uso industrial (fritura), devem ser utilizadas as batatas Atlantic, Panda, Bintje, Colorado e Chipie.

Os varejistas poderão obter no estande do governo de Minas, até o encerramento da Superminas, na quinta-feira (22), uma cartilha com informações sobre a segmentação das batatas e uma lista das empresas de suporte à segmentação. Essas empresas, que compõem um novo elo no sistema de comercialização da batata, são dos segmentos de produção de etiquetas, redes para embalagem de um ou dois quilos, máquinas empacotadeiras e prestadoras de serviços de empacotamento, além de fabricantes de caixas de papelão, entre outras. “Todas estão em articulação com a CeasaMinas para atender às demandas dos supermercadistas após a Superminas”, finaliza a assessora.

Minas é o maior produtor de batatas do país, com uma safra um pouco superior a 1,0 milhão de toneladas, em 2009. Este volume equivale a cerca de 35% da safra nacional, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As regiões do Alto Paranaíba, Triângulo, Sul e Sudeste respondem, juntas, por cerca de 90% de toda a área ocupada com batata no Estado.A produção média é de 29,2 toneladas por hectare.

Café de alta qualidade

Os varejistas terão a oportunidade de conhecer também, na Superminas, o Programa conjunto Certifica Minas Café – Abic, que oferece um café de qualidade superior certificado. De acordo com o assessor especial para Café da Secretaria da Agricultura, Bernardino Cangussu, as orientações para a adequação das propriedades que cultivam esse café são feitas pela Emater-MG, enquanto as auditorias preliminares para conferir as adequações de acordo com os padrões internacionais são realizadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuário (IMA). Cangussu acrescenta que, depois desse trabalho realizado pelas duas instituições vinculadas à Secretaria, o café é submetido à certificação da Imo Control, uma certificadora internacional, com sede na Suíça.

O assessor explica que o produto das propriedades certificadas cumpre as exigências de sustentabilidade, seguindo as normas de proteção ambiental, valorização social e econômica de todos os segmentos envolvidos. “Esse café também agrega a qualidade dos processos de torrefação de acordo com as normas do Programa Cafés Sustentáveis do Brasil (PCS), da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic)”, enfatiza.

Segundo Cangussu, outro diferencial do programa é que os produtores integrados ao Certifica Minas Café podem ter, entre outros, o benefício do aumento de renda: foi instituído um prêmio adicional pelos lotes de café de qualidade, que pode alcançar até 25% acima da cotação de mercado. Já as torrefadoras se beneficiam da possibilidade de oferecer ao consumidor um produto reconhecido como especial, ajustado às exigências do comércio mundial, portanto mais valorizado e de qualidade superior.

Para o assessor, os cafés com o selo do Certifica Minas Café irão aproximar os consumidores brasileiros dos padrões de consumo mundial, principalmente europeu, americano e japonês. “São os padrões mais elevados de consumo de café de qualidade do mundo produzidos de acordo com as normas de proteção do meio ambiente, os princípios da segurança alimentar e as condições sociais de produção. Esse conjunto de fatores possibilita a adequada remuneração do produtor”, enfatiza o assessor.

Ivani Cunha

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(31) 3215-6568 /

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