Coasul – unidades de Dois Vizinhos e Renascença
A TECNOSHOW COMIGO recebeu na manhã desta terça-feira, 8, a palestra do engenheiro agrônomo e pesquisador do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), Paulo Henrique Caramori. Ele é especialista em agrometeorologia e veio pela primeira vez à maior feira do Centro-Oeste para falar ao público sobre Clima e Agricultura. “As informações sobre clima e tempo são fundamentais para o produtor rural, porque afetam diretamente na lucratividade do agronegócio”, explicou. “A agricultura é um negócio de risco, e quem corre esse risco é o produtor.”
Entretanto, segundo Caramori, é possível evitar tais riscos com um acompanhamento direto das condições de clima e tempo. Antes de qualquer coisa, é preciso diferenciar esses dois fatores. De acordo com o especialista, clima é a média das condições de tempo em um local determinado, que pode ser elaborada com análises de até 30 anos até que se gere uma estatística. Com isso, é possível planejar as atividades agrícolas, de acordo com a quantidade de chuvas ou períodos de seca, já que cada planta tem condições diferentes e exige variadas condutas de irrigação, manejo e plantio.
Já o tempo meteorológico (que é diferente do tempo relacionado ao horário) se refere às condições da atmosfera em curtos períodos. Ele se refere às horas ou dias, tendo mais chances de acertos num período de até cinco dias, já que, a partir daí, passa a ser apenas um indicativo. “O clima planeja e o tempo monitora. Mas o produtor tem que pensar os dois, de forma combinada”, informou o engenheiro.
Existem algumas formas de se fazer esse monitoramento. O pequeno produtor pode ter um pluviômetro, que controle a quantidade de chuvas dentro de sua propriedade e, conforme aconselhamento técnico, planejar as melhores condições para sua plantação. “É muito simples o uso e entendimento desse aparelho. Tendo esse controle, a produção é mais eficaz, o produtor economiza e ainda protege o meio ambiente”, explica Caramori. No caso dos grandes produtores, também é possível fazer uso de sistemas automatizados especiais, que são mais caros, mas planejam com maior precisão. Há também a possibilidade de se desenvolver tecnologias específicas para esse trabalho, como ocorre na Fundação ABC, do Paraná, cujos cooperados utilizam um aplicativo de celular que recebe 51 estatísticas meteorológicas com informações aplicadas diretamente em suas propriedades rurais.
Em sua palestra, Caramori frisou a importância de o produtor rural saber se vai chover, além de quando e quanto irá chover. Essas informações tem relação com as condições adequadas para o tráfego de máquinas, a época ideal para aplicar defensivos, irrigar, além de colheita e plantio. Fenômenos de risco potencial como El Niño e La Niña também devem ser acompanhados e, na região do Sudoeste goiano especificamente, também as Zonas de Convergência do Atlântico Sul, que podem gerar problemas com a grande quantidade de chuvas. “Atualmente, precisamos acompanhar não só aqui, mas as previsões climáticas no mundo todo. Isso porque uma seca nas plantações de soja na China, por exemplo, pode afetar o preço da nossa soja aqui no Brasil”, reforçou o engenheiro do Iapar.
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