Presidente da CNA lidera debates sobre competitividade da economia latino-americana no Fórum Econômico Mundial

07.04.2014 | 20:59 (UTC -3)

Um ano depois de estrear no Fórum Econômico Mundial, em Lima (Peru), a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, participou, mais uma vez, do seleto grupo de economistas, autoridades, empresários e formadores de opinião, convidados a debater as questões mais relevantes da economia latino-americana neste evento. A nova edição do Fórum ocorreu esta semana, na cidade do Panamá, local simbólico para sediar as discussões em torno da integração da América Latina com o resto do mundo, sobretudo pela importância global do Canal do Panamá, rota mais curta para transportar mercadorias entre o Atlântico e o Pacífico.

No ano passado, a senadora Kátia Abreu discursou sobre os motores de crescimento da economia latino-americana, com ênfase para o grande potencial da agropecuária brasileira, que impulsiona o desenvolvimento econômico do país. Agora, sua participação foi ampliada para três painéis em que ocorreram os principais debates do Fórum Econômico Mundial nesta quarta-feira (02/04). Ela liderou as discussões sobre o aproveitamento dos recursos naturais, sobre a capacidade do continente de se recuperar rapidamente das crises econômicas e sobre a integração da América Latina no comércio global.

No debate intitulado “Riqueza de Recursos: Benção ou Maldição”, Kátia Abreu lembrou que, a despeito da abundância de terras e recursos hídricos no Brasil, a agropecuária vem crescendo com base na inovação e no crescimento da produtividade, sem aumentar a área plantada. Ao destacar que o Brasil ainda tem muito a fazer em infraestrutura e logística, ela lembrou que o Brasil possui três grandes “Mississippis” para levar suas riquezas até os portos – a começar do Rio Tocantins – e está investindo em um sistema integrado de transporte que inclui mais três grandes ferrovias e outras três grandes rodovias no chamado Arco Norte do país.

“Toda esta infraestrutura será utilizada para corrigir a rota do agro, que hoje está de cabeça para baixo”, disse a senadora, ao relatar que 56% da produção brasileira de grãos localizam-se acima do paralelo 16, que atravessa a região central do Brasil. Apesar disso, só 14% desta produção são escoados pelos portos do Norte. Os 86% restantes atravessam o país por rodovias e congestionam os portos do Sul e Sudeste para acessar os mercados internacionais. Daí a importância de se desenvolver a infraestrutura do Arco Norte, facilitando o escoamento das riquezas produzidas na região.

Toda esta revolução logística, que já está em curso, visa a aproveitar melhor o Canal do Panamá, que encurta em quatro dias o acesso das exportações brasileiras aos portos da Ásia, entre os quais os da China, principal destino das vendas externas do Brasil. Diante disso, as autoridades panamenhas atenderam ao pedido da senadora e a convidaram – ao lado do ministro dos Portos, Antônio Henrique Silveira, e do presidente da Empresa Brasileira de Logística, Paulo Passos, – para uma visita técnica ao Canal do Panamá. O grupo também visitou o porto de Balboa, totalmente operado pela iniciativa privada, que é responsável por 30% das cargas que passam pelo canal e, portanto, maior do que nosso maior porto: o de Santos, em São Paulo.

O Canal – uma fantástica obra de engenharia construída ainda em 1914 – tem aproximadamente 80 quilômetros de extensão. Não por acaso, o maior usuário desta obra são os Estados Unidos, responsáveis por 65% de toda a carga transitada por ali. O canal é a principal ligação marítima da costa Leste norte-americana com a Ásia e com a costa Oeste da América do Sul. Além disso, também faz a conexão entre a Europa, o Canadá e a América do Sul, e ainda liga as costas sul-americanas do Atlântico e do Pacífico.

Só em 2013, passaram pelo Canal do Panamá quase 33 milhões de toneladas de grãos. Com a nova logística do Arco Norte brasileiro e com a ampliação do Canal, que deve estar concluída até dezembro de 2015, estima-se que mais 20 milhões de toneladas de grãos provenientes do Brasil deverão passar por lá. “Que nos aguardem”, encerrou a senadora.

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