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A agricultura familiar, responsável por grande parte da produção de alimentos no Brasil, está ficando sem sucessor e essa diminuição da população rural não é só local, mas um fenômeno global. A análise é feita pelo presidente da Emater/RS, Lino De David, que vai palestrar nesta sexta-feira (7), em Ponte Preta, na região do Alto Uruguai, durante o debate sobre “A sucessão na agricultura familiar – o presente e o futuro de 27% da economia gaúcha”. O evento acontece na sede da Comunidade N.S. do Rosário, a partir das 8h, e reunirá mais de mil pessoas, entre produtores, lideranças locais e regionais, cooperativas, técnicos da Emater/RS-Ascar, estudantes e professores.
De acordo com De David, a redução de jovens no meio rural começa a preocupar, “de forma significativa, agricultores, famílias e governos. Isso porque está ocorrendo o envelhecimento da população rural”, analisa, ao destacar ainda a masculinização do campo. “As mulheres saem mais e cada vez mais cedo, e essa situação coloca em risco a reprodução da agricultura familiar”, diz.
Outros problemas que o presidente da Emater/RS considera importantes no debate da sucessão familiar são os atrativos das cidades, com opções de lazer e acesso à internet, e o trabalho, considerado “mais penoso no meio rural, já que o jovem tem que trabalhar todos os dias, inclusive nos finais de semana, enquanto que, na cidade, o jovem tem mais dias de descanso”.
A educação, “que não prepara o jovem para permanecer na atividade agrícola”, também é citada por De David. “É uma série de variáveis que pretendemos discutir nesse evento, no enfrentamento e estímulo à permanência do jovem no campo”, antecipa, ao salientar que “o desafio é pensarmos a agricultura familiar da porteira pra fora, incentivando, através de capacitações e de políticas públicas, o processamento e a comercialização, agregando ainda mais valor ao alimento que é produzido no nosso Estado”.
A programação do debate acontece à tarde, serão visitadas cinco estações instaladas nas propriedades dos agricultores Ivanez Santa Catarina e de Dionísio Santa Catarina, de 100 e de 28 hectares, respectivamente, consideradas exemplos de sucessão familiar. Na estação 1, será abordada a sucessão na quarta geração; na estação 2, a convivência, a produção e rentabilidade de uma propriedades com sucessão; na estação 3, os programas governamentais ou a falta deles, em relação à sucessão; na estação 4, será apresentada a pluriatividade na Agricultura Familiar e, na estação 5, demonstradas as relações, pais, filhos, genros e noras na propriedade familiar.
A sucessão familiar é uma realidade no município de Ponte Preta, que possui 1.750 habitantes, sendo 501 moradores da zona rural. Pela importância e valorização para a agricultura no RS, é realizado este evento, com promoção da Emater/RS-Ascar e Governo do Estado, através da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), além da Prefeitura de Ponte Preta, Associação dos Municípios do Alto Uruguai (Amau), Fetraf Sul, Fetag e Via Campesina, com apoio de diversas entidades e instituições.
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