Pista limpa na oferta Angus no 11º Remate 3 Marcas
O Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino do Estado de Minas (Pró-Genética) já atingiu a marca de aproximadamente 20 mil bovinos de leite e de corte com alta genética gerados nos últimos cinco anos em propriedades mineiras, a maioria de agricultura familiar. Os animais são crias de touros selecionados que foram adquiridos pelos produtores nas feiras do programa.
Desenvolvido desde 2006 pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), o Pró-Genética está oferecendo uma nova oportunidade aos agricultores interessados na compra de reprodutores de excelência em condições facilitadas. Um lote de 30 touros será oferecido na feira programada para esta sexta-feira (7) em Itapagipe, no Triângulo Mineiro.
Mais de 20 compradores estão cadastrados para fazer aquisições na feira de Itagipe, informa o extensionista local da Emater, Gleicon Rodrigues Soares. Ele diz que os produtores estão interessados em comprar touros Nelore, Girolando, Guzerá e Gir. “Essas raças predominaram também na primeira feira que o Pró-Genética realizou no município, em dezembro de 2010. Foram negociados 29 reprodutores ao preço médio de R$ 4,5 mil por cabeça”, informa.
Soares explica que os produtores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) poderão utilizar uma linha de crédito do Banco do Brasil ou do Sicoob Itapagipe para suas compras. O prazo de pagamento é de dez anos, sendo três de carência, e juros de 2% ao ano.
Além disso, os compradores de tourinhos, isoladamente ou em grupos, poderão também negociar com os vendedores o pagamento em parcelas por meio de recursos próprios. “Em todos os casos os técnicos da Emater estarão à disposição para ajudar os produtores a adquirir reprodutores com perfil zootécnico compatível com seus rebanhos”, ressalta o extensionista.
Acesso à qualidade
O número de feiras do Pró-Genética realizadas em Minas Gerais desde a criação do programa alcança cerca de 50. Houve também sete leilões de tourinhos.
De acordo com o médico veterinário Lauro Fraga Almeida, gerente de Fomento da ABCZ, alguns produtores negociam diretamente com os criadores de tourinhos, alternativa também estimulada pelas instituições parceiras do Pró-Genética. “O objetivo é mostrar aos pecuaristas que a aquisição dos tourinhos sempre melhora a situação geral das propriedades, porque aumenta a renda do produtor”, ressalta.
Com a inclusão dos tourinhos de alta genética, o número de crias por ano nas propriedades aumenta e o índice de sobrepeso dos bezerros na desmama também cresce. Além disso, segundo Almeida, os bezerros gerados pelos tourinhos da ABCZ alcançam uma cotação média de R$ 700,00 por cabeça. “Isso quer dizer que a venda de sete animais cobre o custo de aquisição de um touro”, avalia.
Um dos fatores que facilitam a comercialização dos touros do Pró-Genética (todos de origem zebuína) é a sua vida reprodutiva longa, de cerca de seis anos. Segundo Almeida, é recomendável vender o touro depois de três anos, se não houver condições de separar o animal das fêmeas que ele gerou. Neste caso, o produtor poderá adquirir um outro touro do Pró-Genética.
De acordo com Almeida, os touros do Pró-Genética têm alta valorização até depois de encerrada a sua fase produtiva. “O animal pode ser destinado ao abate com o peso médio de 25 arrobas”, finaliza.
O coordenador técnico da Emater, José Alberto de Ávilas Pires, compartilha dos pontos de vista do gerente de Fomento da ABCZ e diz que a genética é de fundamental importância para o bom desenvolvimento da pecuária, ao lado da alimentação correta, sanidade e manejo. Por isso, segundo Ávila Pires, os produtores mineiros devem aproveitar as facilidades para comprar os tourinhos melhoradores oferecidos nas feiras do Pró-Genética.
Além da Secretaria da Agricultura – com suas vinculadas Emater, Epamig e IMA – e da ABCZ, são também parceiros do programa Pró-Genética os Bancos do Brasil e do Nordeste, Sistema das Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), sindicatos rurais, cooperativas, prefeituras e entidades dos produtores.
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