Uso de mecanização agrícola em terrenos com grande declive
A simples distribuição de insumos, como calcário, pode ser um grande desafio quando aplicado em culturas como a bananeira em terrenos com grande declive
As brássicas são naturalmente sensíveis ao clima, exigindo-se temperaturas mais amenas e manejos culturais específicos. Porém, por meio do melhoramento genético, houve desenvolvimento de híbridos que apresentam condições de produção adequadas em climas mais quentes, permitindo seu cultivo durante o ano inteiro.
A avaliação do potencial produtivo de cultivares em diferentes regiões agroclimáticas, além de proporcionar sustentabilidade a pesquisas subsequentes, é imprescindível para o aumento da rentabilidade das culturas, diretamente relacionado ao uso de cultivares geneticamente superiores em termos de produtividade e outras características agronômicas relevantes.
Normalmente as brássicas são cultivadas em sistema convencional de produção com a utilização frequente de agroquímicos sintéticos. Os principais alvos no manejo fitossanitário são o controle de doenças causadas por fungos, bactérias e insetos. Principalmente alternariose (Alternaria brassicicola), podridão negra (Xanthomonas campestris pv. campestris), podridão mole (Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum), traça das brássicas, Plutella xylostella, curuquerê da couve, Ascia monuste orseis, lagarta-mede-palmo, Trichoplusia ni, mosca-branca, Bemisia tabaci, pulgões, Brevicoryne brassicae e Myzus persicae.
O desempenho de cultivares de brócolis e de couve-flor em sistema de manejo fitossanitário convencional e alternativo sem uso de defensivos sintéticos foi avaliado na Epagri, Estação Experimental de Ituporanga, Santa Catarina, nos períodos de verão/outono e inverno/primavera. O objetivo foi gerar tecnologia que possibilite a oferta de brócolis e de couve-flor em épocas mais oportunas para comercialização e a obtenção de melhores preços.
Os experimentos foram conduzidos na Epagri, Estação Experimental de Ituporanga, localizada no município de Ituporanga, Santa Catarina.
Dois experimentos simultâneos foram realizados a campo com brócolis e couve-flor, estabelecidos sob palhada de plantas de cobertura. Os sistemas avaliados foram manejo fitossanitário (convencional e alternativo) em cinco cultivares de brócolis e de couve-flor. A pesquisa foi realizada em dois plantios, o primeiro em fevereiro e o segundo em agosto de 2018, e repetidos nas mesmas épocas em 2019. As colheitas e as avaliações experimentais foram realizadas semanalmente, quando as inflorescências apresentaram tamanho adequado para embalagem em bandeja de isopor com dimensão de 150mm x 150mm x 20mm.
Avenger (inverno), BRO 68 (ano todo), Legacy (outono/inverno), Master (ano todo), Salinas (outono/inverno) cultivados em dois sistemas de manejo fitossanitário (convencional e alternativo).
O controle de pragas foi realizado com duas pulverizações com 0,15ml p.c. (produto comercial)/L acetamiprido + etofenproxi, três com 0,3ml p.c./L de deltametrina e três com 2ml/L de imidacloprido. No controle de doenças convencional foram realizadas quatro pulverizações com 1,4ml/L de trifloxistrobina + tebuconazol e quatro com 1,25ml/L de mandipropamida.
O controle de pragas foi realizado com quatro pulverizações com 2ml/L de azadiractina, quatro pulverizações com 3ml/L de óleo mineral + 5g/L de terra de diatomáceas e no controle de doenças, duas aplicações com 10ml/L de enxofre (S) e seis com 3g/L de sulfato de cobre.
Nos dois manejos foram realizadas aplicações preventivas semanais. Os princípios ativos e grupos químicos foram alternados ao longo do ciclo da cultura. Os alvos de controle foram principalmente as ocorrências de podridões no caule e na inflorescência das plantas, mosca-branca e lagartas desfolhadoras.
Alpina (inverno), Vera (meia-estação), Barcelona (meia-estação), Serena (meia-estação), Verona (verão) em dois sistemas de manejo fitossanitário, convencional e alternativo.
O controle de pragas foi realizado com duas pulverizações com 0,15ml/L de acetamiprido + etofenproxi, três com 0,3ml/L de deltametrina e três com 2ml/L de imidacloprido. No controle convencional de doenças foram realizadas quatro pulverizações com 0,2ml/L de difenoconazol, 250g/L e quatro com 1,25ml/L de mandipropamida.
Mesmo manejo adotado nos Experimentos com brócolis 2018 e 2019.
Os híbridos brócolis BRO 68, Legacy e Master, se destacaram em qualidade e produtividade, sendo os mais indicados para a semeadura em cultivos de entressafra, verão/outono, na região do Alto Vale do Itajaí, Santa Catarina (Tabelas 1 e 2).
A cultivar BRO 68 apresentou menores níveis de desfolha por lagartas em ambos os sistemas de manejo.
Os híbridos brócolis BRO 68, Avenger, Master e Salinas, destacaram-se em qualidade e produtividade, sendo os mais indicados para a semeadura em cultivos de entressafra, inverno/primavera, na região do Alto Vale do Itajaí, Santa Catarina (Tabelas 3 e 4).
O híbrido BRO 68 apresentou menores níveis de desfolha por lagartas em ambos os sistemas de manejo e Master no manejo alternativo.
Os resultados experimentais indicam que, dentre as cultivares avaliadas, os híbridos de couve-flor Vera, Verona e Serena se destacaram em produtividade e qualidade, sendo os mais indicados para a semeadura em cultivos de entressafra, verão/outono, na região do Alto Vale do Itajaí, Santa Catarina (Tabelas 5 e 6).
As cultivares mais produtivas foram menos danificadas por doenças bacterianas e lagartas desfolhadoras e sem interferência de mosca-branca no rendimento.
Os híbridos de couve-flor Alpina, Verona e Júlia se destacaram em produtividade e qualidade, sendo os mais indicados para a semeadura em cultivos de entressafra, inverno/primavera, na região do Alto Vale do Itajaí, Santa Catarina (Tabelas 7 e 8).
Para todas as épocas de cultivo, os resultados indicam que é possível realizar o controle de pragas e doenças com produtos fitossanitários de menor toxicidade, ou seja, com baixo teor de resíduos de agroquímicos sintéticos. A prática de plantio direto na palha representa um componente importante neste sistema de produção.
- Indicação de cultivares de brócolis e de couve-flor para duas épocas de cultivo (verão/outono e inverno/primavera), para colheitas em épocas de obtenção de melhores preços pagos nestes produtos.
- Recomendação de manejo fitossanitário alternativo ao convencional, no cultivo de brócolis e de couve-flor nas duas épocas de cultivo mencionadas.
João Vieira Neto, Paulo Antônio de Souza Gonçalves, Francisco Olmar Gervini de Menezes Júnior, Epagri
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