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Algumas frutas nativas da Amazônia ainda são pouco utilizadas até por quem mora na região. Mesmo aquelas com reconhecidos benefícios à saúde e com potenciais econômicos. Diante deste cenário, a Embrapa Roraima, investe em um projeto que pode significar mudanças substanciais no aproveitamento das frutas nativas da Amazônia.
O projeto, que tem o pesquisador Edvan Chagas a frente, foca na valoração e no desenvolvimento de tecnologias que viabilizem o uso sustentável de fruteiras subexploradas comercialmente, em especial o camu-camuzeiro, o taperebazeiro e o açaizeiro.
Neste sentido, serão executadas ações interdisciplinares envolvendo várias instituições de pesquisa, ensino e extensão, em parceria com o setor produtivo. Pela complexidade e pela diversidade de atividades, o projeto prevê a participação de especialistas de diversas linhas de pesquisa,sob a coordenação da Embrapa Roraima. Um dos planos de ação do projeto estabelece a prospecção, a coleta, a introdução, a conservação e a caracterização morfológica e molecular das fruteiras, com ênfase nas nativas dos biomas amazônicos.
O pesquisador explica que o trabalho prevê a prospecção e a introdução de acessos já previamente selecionados de espécies - em processo de domesticação – oriundas dos programas de melhoramento genético de fruteiras nativas do país e do exterior. "Outro objetivo é coletar germoplasmas das fruteiras nativas não só de Roraima, mas também de Rondônia, Amazonas e Pará com vistas ao enriquecimento da variabilidade genética e à formação e manutenção do Banco de Germoplasma de Fruteiras Nativas da Região Amazônica", complementa Edvan. As ações também incluem a conservação dos acessos que podem dar suporte aos atuais e futuros programas de melhoramento genético na Embrapa Roraima.
Em um terceiro plano de ação, o projeto foca no comportamento adaptativo de fruteiras nativas de Roraima estabelecido pelo estudo ecofisiológico de algumas cultivares e seleções, visando a recomendação de novos genótipos. Simultaneamente, serão realizados estudos de tecnologias que viabilizem a rápida propagação de fruteiras nativas, definindo metodologias de propagação seminífera e vegetativa de novas copas e porta-enxertos para fruteiras, sob a coordenação da Embrapa Amazônia Oriental.
Transferência de tecnologias
O projeto também contempla, sob a coordenação da Universidade Federal de Lavras (MG), aplicações de técnicas de cultura de tecidos que visam identificar as condições ideais de desinfecção, estabelecimento e micropropagação in vitro das espécies de fruteiras inseridas na pesquisa. Ao longo do projeto, será feita uma avaliação pós-colheita de fruteiras nativas da Amazônia, com o objetivo de realizar a caracterização física, química, nutricional, funcional, sensorial e microbiológica dos frutos.
Na sequência, em um trabalho coordenado pela Universidade Federal de Roraima, vai se estabelecer a temperatura e o tempo de conservação refrigerada das espécies coletadas no início do projeto. Por fim, as ações estabelecem a transferência e difusão de tecnologias, com o objetivo de auxiliar na divulgação dos resultados obtidos a longo do projeto. “Neste arranjo, acreditamos que será possível somar esforços e obter excelentes resultados e impulsionar a fruticultura nativa da região Amazônica”, avalia Edvan.
Embrapa Roraima
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