Preços dos fertilizantes seguem em baixa

No que diz respeito às importações de MAP, a quantidade importada nos cinco primeiros meses do ano é a maior da série histórica

03.07.2023 | 17:19 (UTC -3)
Cultivar, com informações Rabobank

O preços dos fertilizantes estão em baixa. O da Ureia, por exemplo, apresentou uma queda de aproximadamente 40% desde o início do ano, chegando aos portos brasileiros abaixo dos USD 300 por tonelada CFR, valor não visto desde janeiro de 2021. A expectativa é que esta tendência de queda continue também para o Fosfato Monoamônico (MAP) e o Cloreto de Potássio (KCl) pelo resto do ano. A avaliação consta de relatório do Rabobank.

O preço do KCl pode ser pressionado ainda mais pela renegociação do contrato chinês em junho de 2023, que estabeleceu o valor de US$ 307 por tonelada CFR, uma surpresa para o mercado e que desencadeou rumores de uma possível renegociação do contrato indiano fechado em abril. Para o Brasil, essa configuração pode representar uma excelente oportunidade de mercado.

Quanto ao MAP, um dos principais motivos para a queda dos preços é o excesso de oferta do produto no mercado global, agravada pelo retorno das exportações chinesas. A maior oferta num mercado ainda em recuperação deve exercer ainda mais pressão sobre os preços no decorrer do segundo semestre.

No que diz respeito às importações de MAP, a quantidade importada nos cinco primeiros meses do ano é a maior da série histórica, com cerca de 2 milhões de toneladas chegando aos portos brasileiros, contra uma média histórica do mesmo período de 1,3 milhão de toneladas.

Para a próxima safra de soja (2023/24), a ser plantada a partir de setembro/outubro deste ano, espera-se que não haja risco de desabastecimento de fertilizantes. Além disso, o custo de adubação deve ficar quase 40% abaixo da safra passada, levando em consideração os preços dos fertilizantes até meados de junho. Outros custos, como defensivos e sementes, também deverão ser mais baixos, levando a uma redução de pelo menos 16% no custo operacional da safra 2023/24 de soja.

Entretanto, a queda no valor da soja, em comparação ao ano passado, deve pressionar as margens da safra 2023/24 de soja. Assim, uma menor margem à vista pode acabar levando a um menor aumento no consumo de fertilizantes em 2023.

Apesar disso, a visão do Rabobank indica um aumento de 10% nas entregas ao consumidor final em relação a 2022. No entanto, é crucial acompanhar as entregas nos próximos meses para confirmar esta previsão.

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