Eduardo Monteiro assume posição de Country Manager da Mosaic Fertilizantes
Ele é economista e está na companhia há 20 anos; exerceu diversas funções
De acordo com a Epagri/Ciram, a previsão para o trimestre julho, agosto, setembro deste ano, em Santa Catarina, é de chuva mais frequente e com totais elevados, especialmente nas áreas do Estado mais próximas ao Rio Grande do Sul. “A previsão é de um inverno de pouco frio, intercalado com períodos mais aquecidos, como ocorreu neste último mês de junho”, ressalta a meteorologista Marilene de Lima.
Ela explica que a condição de chuva entre próxima e acima da média climatológica esperada para as regiões catarinenses nos próximos meses está associada ao El Niño, previsto para se configurar no decorrer do inverno e com intensidade moderada a forte. “O fenômeno também favorece temperaturas entre a média e acima da média no trimestre julho-agosto-setembro. As massas de ar frio trazem declínio de temperatura e episódios com geada e/ou neve, que serão de curta duração, com maiores chances de ocorrência de veranicos”, diz ela.
A meteorologista Laura Rodrigues explica que o inverno de 2023 já está sendo bem diferente dos últimos anos: “Entre 2020 e 2022, a La Niña estava configurada e favoreceu dias de frio prolongado, com longos períodos de estiagem no Sul do Brasil. Em anos de El Niño, ao contrário, são comuns os dias de chuva mais frequente e bem distribuída em SC. O último evento El Niño de intensidade moderada a forte ocorreu em 2015-2016, quando as chuvas foram frequentes e volumosas no Estado, durante o inverno e primavera de 2015” diz Laura.
Para as culturas de inverno, como alho e cebola – culturas em sua maioria irrigadas – o excesso de chuvas pode ocasionar problemas fitossanitários, resultando em aumento nos custos de produção pelo aumento no número de pulverizações com fungicidas, bem como problemas com erosão do solo decorrentes de enxurradas, que para regiões de maior declividade, podem trazer prejuízos econômicos significativos aos produtores.
Para os cereais de inverno, com destaque para a cultura do trigo, a preocupação de técnicos e produtores é com a previsão de excesso de chuvas para os meses de outubro/novembro, período que coincide com as fases de maturação e colheita da cultura. Caso essas previsões se confirmem, Santa Catarina pode ter perdas em produtividade pelo aumento da ocorrência de doenças fúngicas (Brusone e Giberela), que prejudicam diretamente a qualidade do grão de trigo, reduzindo o valor comercial do produto colhido, com perdas normalmente irreversíveis.
Os produtores que não realizam plantio direto sobre a palha poderão ter problemas com erosão a partir do escorrimento das camadas superficiais do solo, causando prejuízos econômicos. Da mesma forma, temporais com ventos fortes poderão ocorrer, causando prejuízos em pomares e benfeitorias.
Segundo o analista de socioeconomia e planejamento agrícola da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, a condição de chuva entre próxima e acima da média climatológica esperada para as regiões catarinenses nos próximos meses pode favorecer o cultivo de milho e no desenvolvimento de pastagens nativas e cultivadas, se bem distribuídas ao longo da primavera. “Lembrando que nos últimos três anos tivemos períodos de estiagem prolongada, em especial no Extremo Oeste de Santa Catarina e na região do Vale do Rio Uruguai”, diz.
As regiões de Chapecó e São Miguel do Oeste concentram cerca de 50% da área cultivada de milho para fins de silagem. “Nessas regiões o zoneamento agroecológico estabelece o cultivo favorável a partir de agosto e setembro. É importante salientar que o milho silagem é a base da alimentação para produção leiteira”, frisa o analista.
Ele afirma que o milho é uma cultura que demanda muita água, mas também é uma das mais eficientes no uso desse recurso. “Uma variedade de ciclo médio cultivado para a produção de grãos secos consome de 500 a 700 mm de água em seu ciclo completo, dependendo das condições climáticas. O período de máxima exigência é na fase do embonecamento ou um pouco depois dele, por isso déficits de água que ocorrem nesse período são os que provocam maiores reduções de produtividade. Déficit anterior ao embonecamento reduz a produtividade em 20 a 30%; no embonecamento em 40 a 50% e após em 10 a 20%”, explica Haroldo, reforçando que a extensão do período de déficit hídrico também é importante, pois foi o que afetou de maneira importante a produção em 2021 e 2022 no Estado.
O período preferencial de cultivo da soja se inicia em outubro. Essa espécie é mais resistente a períodos curtos de estiagem. “Caso ocorra excesso de chuvas durante o ciclo de desenvolvimento, poderá ocorrer doenças fúngicas em maior intensidade e elevar os custos de produção em virtude da aplicação de fungicidas e outros agroquímicos”, explica o analista.
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Ainda segundo as análises, na maior parte do Centro-Oeste e Sudeste houve pouca ou nenhuma precipitação, o que favoreceu a secagem natural do milho e a qualidade das fibras e a colheita do algodão