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Muitas dúvidas ainda pairam na cabeça de produtores, engenheiros agrônomos e pesquisadores sobre a helicoverpa armígera. Se quem cultiva o campo não sabe exatamente como identificar e lidar com a lagarta, pesquisadores e agrônomos são reticentes quando à variação dos ciclos, cruzamentos de espécies e possíveis predadores naturais.
Durante esta quarta (23), no município de Primavera do Leste, na região Sul de Mato Grosso, equipes do Circuito Tecnológico encontraram propriedades que já enfrentam problemas com a praga. Exemplo é a área com tentativa de soja superprecoce, semeada entre 25 e 27 de setembro, que não desenvolveu por falta de chuvas e por isso decidiu-se pela destruição da área.
A lavoura que está a dois dias de ser desfeita, apresenta baixo estande e muitas lagartas, tanto helicoverpa na soja deficiente, quanto spodoptera frugiperda no milho invasor. O que chama a atenção nesse caso é que as lagartas helicoverpa não migram para o milho e a Spodoptera também não migra para a soja.
Para o engenheiro agrônomo responsável pela área, Leonardo Sulzbacher, mesmo com a dificuldade na identificação da subespécie de helicoverpa as medidas são tomadas. “Algumas orientações dizem que dá pra identificar, já outras que não é possível. Não sabemos se as lagartas que encontramos são ‘zea’ ou ‘armígera’, mas sabendo que são helicoverpa, é assim que a combatemos”, explica Sulzbacher.
De acordo com a Embrapa, a campo é quase impossível identificar a helicoverpa armigera e separá-la da subespécie zea. Apenas exames laboratoriais têm condições de diferenciá-las, pois requer conhecimentos muito específicos de suas estruturas reprodutivas. A alternativa é apostar no manejo integrado de pragas com monitoramento e envio das informações coletas para laboratórios.
Há 15 dias, várias armadilhas para mariposas foram instaladas em muitos pontos da propriedade, e já na primeira noite de coleta chegaram a ser encontradas 24 mariposas da espécie. Apesar disso, o número foi regredindo nas coletas dos dias subsequentes.
Circuito Tecnológico - No início desta semana, a equipe de monitoramento de pragas e doenças do Circuito Tecnológico passou pela região de Primavera do Leste e também encontrou uma lavoura de soja em estágio V7, com população de Helicoverpa. Para Wanderlei Guerra, coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Mapa, que conduz a equipe de monitoramento, provavelmente o proprietário que tem pivô central na lavoura não seguiu as orientações do vazio e plantou antes da hora.
Todas as oito equipes do Circuito Tecnológico estão instalado armadilhas de mariposas por todos os municípios do estado. Essas armadilhas ficam em propriedades onde os produtores comprometem-se a enviar as informações sobre as coletas.
Esta é a segunda semana do Circuito que está visitando propriedades das regiões Leste e Sul de Mato Grosso. Realizado pela Aprosoja e pelo Senar-MT, tem patrocínio da Basf, Bayer, Dow Agrosciences.
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