Governo e iniciativa privada discutem pagamento da dívida do café em produto

A proposta da conversão da dívida dos cafeicultores, permitindo pagamento em produto, foi defendida pelo setor produtivo na quinta-feira (11/12) na reunião do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC). A idéia é que os produtores destinem 5% da produção anual para o pagamento da dívida calculada até 31 de dezembro deste ano e o restante seja liquidado de acordo com o valor da dívida e do volume de café colhido pelo produtor mantendo a relação de 5% da produção. A dívida está estimada em R$ 2 bilhões.

Para o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silas Brasileiro, com o saneamento das dívidas, espera-se recompor os estoques governamentais de café. “Nós tínhamos estoques de 60 milhões de sacas, hoje temos apenas 500 mil sacas”. Brasileiro acredita na recuperação financeira dos produtores para o País continuar líder mundial na produção e exportação de café. Ele lembra que o café é o quinto produto do agronegócio mais vendido no exterior.

Algumas propostas serão definidas, na próxima segunda-feira (15), pelos representantes do CDPC. Entre elas está a importação de café para fazer blends (mistura de grãos de café de diversas origens para proporcionar sabor diferenciado). “O que se propôs foi importar um mínimo de café para compor a mistura e fornecer aos consumidores, principalmente do mercado europeu, que exigem aquele sabor”, comentou o secretário-executivo.

A outra medida a ser definida é o lançamento do Programa de Opções Públicas de Venda de Café. As entidades definirão o valor e o volume do café para as opções de venda e a disponibilidade de recursos do Tesouro Nacional, das Operações Oficiais de Crédito (2OC), para praticar esta intervenção no mercado.

Inez De Podestà

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