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É sabido que os receptores imunológicos da superfície celular de uma planta detectam sinais moleculares que anunciam invasores bióticos, como bactérias, fungos, por exemplo. Então eles formam complexos de receptores com proteínas parceiras, acionando a defesa molecular contra patógenos. Agora os pesquisadores foram mais longe: descobriram que as defesas moleculares são geradas também quando estressores abióticos danificam as células vegetais. Os indicativos de danos às plantas que acionam respostas ao estresse abiótico somente agora têm seus mecanismos esclarecidos, de acordo com estudo liderado por Eliza Loo e Yusuke Saijo, do Instituto de Ciência e Tecnologia de Nara, do Japão.
O estudo é importante para desenvolver métodos para melhorar resistência e imunidade. A pesquisa salientou em especial a possibilidade de se aumentar a tolerância da planta a estressores como a alta salinidade, mas abre o caminho para outros fatores como o estresse hídrico, por exemplo. O trabalho mereceu destaque da Sociedade Americana de Fitopatologia.
Yusuke Saito comenta que a pré-ativação do receptor imunológico permite que as plantas aumentem a amplitude e o repertório gênico da reprogramação da expressão gênica induzida por sal quando expostas à alta salinidade, o que ajuda a aumentar a tolerância. Surpreendentemente eles descobriram que os receptores imunológicos e os componentes de sinalização conferiam tolerância ao sal mesmo em plantas desafiadas por micróbios não patogênicos, o que sugere que as plantas podem sentir e iniciar respostas adaptativas a estresses abióticos, ao detectar alterações em sinais apresentados por micróbios que habitam plantas ao longo de flutuações nas condições ambientais, e adquirir uma ampla gama de táticas de tolerância ao estresse.
As descobertas, explica Saijo, ampliam nossa visão de como as plantas sentem e se adaptam às mudanças ambientais, em particular o sal e o estresse osmóticos que ameaçam a produção agrícola. Também levanta uma nova ideia de que os receptores imunológicos monitoram os micróbios que habitam as plantas, regulando assim a sua adaptação ao meio ambiente, além das alterações bióticas. O suprimento global de alimentos depende da saúde das plantas e de sua capacidade de superar estressores. Isso estabelece as bases para mais estudos ligando a sinalização de estresse em ciência das plantas para promover a sua saúde.
Mais informações podem ser obtidas no artigo publicado pelos pesquisadores aqui.
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