Estiagem reduz em 13,8% a colheita da safra de verão no RS

A falta de chuvas ocasionará perda de produção na cultura do milho de 21,1% e da soja de 16,2%

03.03.2020 | 20:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa da Expodireto Cotrijal ​

A Emater/RS-Ascar apresentou na manhã desta terça-feira, durante café da manhã com a imprensa na Expodireto Cotrijal, os números relativos à estimativa preliminar da safra de verão 2019/2020. Os dados, coletados na segunda quinzena de fevereiro, contemplaram uma amostra que cobriu 99% da área a ser cultivada com arroz, 82,9% com feijão primeira safra, 83,4% com feijão segunda safra, 97,3% com milho grão, 96,1% com milho destinado à silagem e 98,1% com soja.

Segundo o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, a falta de chuvas ocasionará perda de produção na cultura do milho de 21,1% e da soja de 16,2%. No caso do milho, a produtividade média que estava estimada inicialmente em 7.710 kg/ha, deverá ficar em 5.991 kg/ha e a soja deverá sofrer redução de 3.315 kg/ha para 2.773 kg/ha.

Os dados apontam ainda uma provável redução de 1,5% na colheita do arroz; 8,7% na de feijão primeira safra e de 20,7% no milho silagem. Rugeri explicou que a estiagem que vem sendo registrada no Estado e ocasionando estas perdas tem uma característica diferente, pois não está localizada em uma região específica. “É uma situação atípica, com falta de chuvas maior em algumas regiões e também em momentos diferentes”.

O secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho, disse que o Rio Grande do Sul está em alerta. “Estamos vivendo ainda hoje uma estiagem, mas se a falta de chuvas persistir, ela vai se tornar uma seca”.

Covatti anunciou que já na próxima semana deverão ser liberados R$ 4,5 milhões do Programa de Sementes Forrageiras do RS e existe a possibilidade de o Ministério da Agricultura agregar outros R$ 2,5 milhões. “Pode-se aumentar o subsídio ou a porcentagem por produtor para ter mais oportunidade de adquirir a semente forrageira. Também deveremos rever todos os processos de licenciamento ambiental de irrigação, analisando todas as dificuldades e tentando amenizá-las para acelerar o processo de irrigação nas propriedades gaúchas”, destacou o secretário.

Geraldo Sandri, presidente da Emater/RS-Ascar, disse que a agricultura do Estado vive um momento difícil e que a colheita nas propriedades gaúchas chegará a 28,72 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 13,8% frente as 33,3 milhões de toneladas esperadas inicialmente. De acordo com Sandri, a safra de verão deverá injetar R$ 32,72 bilhões na economia gaúcha. “O volume, no entanto, poderia ser maior. As perdas no milho e na soja farão com que, pelo menos, R$ 4,8 bilhões deixem de circular no Estado”.

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