Chuvas afetam parte das lavouras de milho e trigo no RS, mas safra mantém boas perspectivas

Regiões do Sul e Centro enfrentam atrasos no plantio de milho e aumento de doenças no trigo, mas desenvolvimento das culturas segue dentro do esperado em áreas estratégicas do estado

03.10.2024 | 17:53 (UTC -3)
Revista Cultivar

A situação das lavouras de milho e trigo no Rio Grande do Sul apresenta desafios e avanços distintos, conforme relatórios da Emater/RS-Ascar. O milho enfrenta dificuldades em algumas regiões devido às chuvas, mas avança bem nas áreas mais frias do estado. O trigo, por sua vez, está em fase de final de ciclo, com boas perspectivas em várias regiões, apesar de problemas pontuais causados por chuvas e ventos fortes.

No caso do milho, o plantio avançou 5% na última semana, mas foi parcialmente prejudicado pela recorrência de chuvas nas regiões Centro e Sul do estado. Nas áreas mais frias, ao Nordeste, o clima seco permitiu a expansão da semeadura, com lavouras já em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo. A expectativa para a safra 2024/2025 é de 748.511 hectares cultivados, com produtividade de 7.116 kg/ha. O manejo cultural incluiu adubação nitrogenada e controle de plantas daninhas, com aplicação de inseticidas para combater a cigarrinha-do-milho, que apresentou população inferior à do ano passado.

Em regiões como Bagé e Caxias do Sul, o desenvolvimento inicial das lavouras de milho foi favorecido pela combinação de calor e umidade no solo. Em áreas como Frederico Westphalen, a semeadura já foi concluída, com bom estabelecimento das plantas, embora haja alta pressão de plantas daninhas. Já em Ijuí, 90% da área foi semeada, com previsão de retomar o plantio em dezembro. Regiões como Pelotas enfrentam atraso devido a chuvas intensas, enquanto em Santa Rosa ventos recentes causaram tombamento de plantas, sem comprometer a densidade populacional.

No caso do trigo, 15% das lavouras já estão em maturação, 46% em enchimento de grãos, e 29% em floração, aproximando-se do final do ciclo. Chuvas intensas e ventos fortes impactaram algumas áreas, mas, de modo geral, o desenvolvimento das lavouras é considerado satisfatório. A produtividade esperada é de 3.100 kg/ha em uma área de 1.312.488 hectares. Regiões como Bagé apresentam boas condições climáticas, enquanto na Campanha o excesso de chuvas prejudicou o desenvolvimento das lavouras e aumentou a incidência de doenças. No Planalto Médio, há um aumento na infestação de azevém, planta invasora resistente a herbicidas, e ataque de lagarta-rosca em áreas com acamamento.

A cotação do trigo caiu abruptamente no período, causando apreensão entre os produtores, que temem impactos na lucratividade da safra. Mesmo assim, o bom desempenho em regiões como Noroeste, Norte e Nordeste tem compensado os danos pontuais em outras áreas, mantendo as expectativas de produtividade dentro dos níveis projetados, desde que as condições climáticas favoreçam o restante do ciclo.

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