TMG aposta em milho e biotecnologia para aumentar participação no mercado

Empresa deve lançar dois híbridos em 2025 e aumentar a oferta para quatro a cinco lançamentos por ano a partir daí

02.10.2024 | 16:29 (UTC -3)
Revista Cultivar
Francisco Soares
Francisco Soares

A brasileira Tropical Melhoramento e Genética (TMG) planeja ingressar no mercado de milho. Deve lançar dois híbridos em 2025 e aumentar a oferta para quatro a cinco lançamentos por ano a partir daí. Essas cultivares serão voltados para a safrinha, no Cerrado, e contarão também com tecnologias fornecidas por outras empresas, como a Syngenta (Agrisure Viptera).

"O milho, além de alimentar animais e de gerar energia, é muito interessante no processo produtivo. Falando-se em crescimento futuro, vejo-o com potencial muito grande de crescimento. Igual ou maior que a soja", explicou Francisco Soares, diretor presidente da TMG durante evento realizado para jornalistas na sede da empresa, em Cambé (PR).

Mas, por enquanto, segue pensando em soja. Trata-se da principal aposta para aumentar sua participação de mercado nos próximos anos. A empresa visa consolidar sua posição no setor por meio de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica.

A TMG possui 14 bases de pesquisa em melhoramento genético, distribuídas por seis estados nas principais regiões produtoras brasileiras. Nelas, realiza ensaios e experimentos de campo. Além disso, expandiu seus investimentos em transformação digital.

O modelo de negócio da TMG envolve o desenvolvimento de cultivares que serão, em sua maioria, licenciadas para produtores de sementes parceiros responsáveis por multiplicação e comercialização. Atualmente são mais de 100 produtores de sementes envolvidos nesse processo.

Já em termos de algodão, a empresa possui posição destacada no mercado e oferece todas as biotecnologias disponíveis, o que facilita a vida dos agricultores. O foco está em melhorar ainda mais a qualidade da fibra e a resistência a doenças, especialmente a ramulária (causada por Ramularia areola). A empresa também espera crescer nesse segmento, que domina de acordo com pesquisa recentemente divulgada.

A biotecnologia, segundo Soares, é pilar para a TMG. Praticamente todos os lançamentos da empresa envolvem biotecnologias para melhor captura de valor e aumento de produtividade.

Para os próximos anos, a TMG tem o lançamento de tecnologias que prometem maior resistência e adaptação às condições climáticas. Além disso, aguarda a liberação da novidade que trará estabilidade e resistência à seca. A empresa trabalha com fornecedores internacionais de biotecnologia, como Bayer e Corteva, para garantir um "pipeline" constante de inovações.

A questão das sementes salvas foi abordada por Soares. Na Argentina, a prática é comum, resultando em baixos índices de compra de sementes e, consequentemente, na falta de investimentos por parte das empresas do setor. No Brasil, todavia, o clima e a conscientização dos agricultores favorecem a compra de sementes, o que incentiva a indústria a investir no desenvolvimento de novas tecnologias. As condições climáticas tornam o armazenamento de sementes mais desafiador, exigindo maior cuidado para garantir a qualidade. Isso inibe ou limita o salvamento de sementes.

A TMG recentemente mudou a nomenclatura de suas cultivares. Optou por substituir os tradicionais números por nomes de árvores brasileiras, com o objetivo de reforçar sua identidade nacional e facilitar o reconhecimento das variedades pelos agricultores. A escolha de nomes de árvores está alinhada com a imagem de brasilidade e resistência que a empresa deseja transmitir, reforçando seu vínculo com os produtores brasileiros.

Sede da empresa
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