UPL apresenta pesquisas no 45º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras
Empresa levará especialistas ao plenário, em Poços de Caldas (MG), para fomentar o uso de soluções para saúde vegetal na cafeicultura.
A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) desenvolve pesquisa para utilizar fungos da espécie Trichoderma como bioestimuladores de crescimento de plantas. A espécie também é eficaz no cultivo de diferentes culturas agrícolas para aumentar a resistência contra doenças e pragas.
Os fungos são mantidos pela instituição em uma micoteca. O acervo, situado na unidade da Ceplac no eixo entre Itabuna e Ilhéus, possui mais de 400 microorganismos da Mata Atlântica. O material foi colhido ao longo de 30 anos de pesquisas e pode ser utilizado em qualquer cultivo agrícola, incluindo horticultura e floricultura.
Os pesquisadores Antônio Zozimo e Givaldo Rocha Niella, que atuam na Unidade de Biocontrole e Seção de Fitossanidade da Ceplac, explicam que o gênero Trichoderma tem excelentes biodecompositores e, portanto, estimuladores de crescimento. “O acervo é um excepcional tesouro biológico para uso prático dos produtores e projetos empresariais”, comentou Antônio Zózimo.
O trabalho atraiu a atenção do engenheiro agrônomo e produtor de flores Carlos Alberto Severino, sócio da Floricultura Dona Flor, localizada na Fazenda Modelo, povoado da Peroba no município baiano de Lajedo do Tabocal. O empresário visitou todas as áreas de produção, seleção e o acervo de fungos da Ceplac com interesse em utilizar os microorganismos no cultivo de flores em sua propriedade.
O produtor relatou que ficou impressionado com o que viu e afirmou que o banco de germoplasma de fungos da Mata Atlântica mantido pela Ceplac oferece opções para o cultivo de plantas utilizando tecnologia inovadora com recursos biológicos.
“Encontrei aqui o que precisamos. O laboratório da Ceplac nos disponibilizou inoculante de uma espécie de Trichoderma, o qual será testado na área de Floricultura, onde hoje cultivamos palma de Santa Rita, crisântemos, rosas, entre outras. Será feito um acompanhamento técnico para avaliar o desenvolvimento, eficiência, eficácia e a rentabilidade dessa tecnologia, avaliando-se o controle de pragas do solo, principalmente fungos patogênicos habitantes da rizosfera”, relatou.
O engenheiro agrônomo explicou que o fungo que ele levou para sua fazenda tem uma velocidade muito grande de multiplicação, se reproduzindo em apenas quatro dias. E comemora que a utilização dessa técnica vai possibilitar uma agricultura de alto rendimento e qualidade no cultivo de flores.
“O gênero Trichoderma tem mais de 250 espécies diferenciadas em nível de DNA, um mundo gigantesco se abre para nossa utilização, não somente no controle biológico de pragas, mas como ferramenta de aceleração do desenvolvimento de toda e qualquer cultura, a exemplo de flores, hortaliças e fruteiras”, destacou.
O pesquisador Givaldo informou que a Ceplac tem pesquisas em conjunto com a Universidade Federal do sul da Bahia sobre a utilização de espécies de Trichoderma como estimulador do crescimento na produção de mudas de eucalipto. Os resultados desta pesquisa foram enviados para publicação em revista internacional. “É uma nova alternativa que se abre. Pesquisa é isso, a gente tem que estar desbravando novas fronteiras” disse Givaldo.
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