Fapesp disponibiliza bolsa para doutorado em bioenergia
As inscrições devem ser feitas até 7 de novembro de 2019
“As pessoas precisam se qualificar. São necessárias políticas públicas e mais orientações técnicas para qualificar a mão de obra no meio rural e adequá-la ao processo de mecanização”. A avaliação é do gerente técnico do Censo Agropecuário do IBGE, Antonio Carlos Florido, que mencionou que, entre as principais tendências apontadas pelo Censo Agro 2017, divulgado na semana passada, estão os aumentos da produtividade, mecanização e da área irrigada.
“Há máquinas que fazem o trabalho de vários trabalhadores, é verdade. Mas as pessoas têm de se qualificar para essa nova realidade. Os produtores que não aderem ao processo de mecanização vão ficando à margem da produtividade”, complementou Florido, acrescentando que a automação e mecanização ocorrem não só na agropecuária, mas também em todas as áreas da economia.
Florido destacou que a produtividade cresceu nos últimos dez anos em praticamente todos os setores da agricultura e da pecuária. “O Brasil está produzindo muito mais com praticamente a mesma área da agricultura. Aumentou a produtividade, a área irrigada, a mecanização”, afirmou. De acordo com os dados de 2017, o número de estabelecimentos com tratores aumentou 50% em relação ao último Censo, realizado em 2006.
Além dos tratores, cresceu também o número de estabelecimentos com outras máquinas, como semeadoras ou plantadoras, colhedoras, adubadoras ou distribuidoras de calcário, e também meios de transporte como caminhões, motocicletas e aviões.
Sobre os dados mostrados pelo Censo, que revelaram queda de 8,8% na população ocupada nos estabelecimentos agropecuários desde o estudo anterior, Florido explica que o número, sozinho, não indica aumento do desemprego no campo nem êxodo rural. Ele explica que outros dados de outras pesquisas do IBGE, como a PNAD, indicam crescimento, ao longo desses dez anos, do número de trabalhadores em outras atividades nas zonas rurais.
Outro indicador revelado pelo Censo Agro, segundo Florido, é de que aumentou o número de serviços terceirizados nos estabelecimentos agropecuários. Portanto, isso também contribui para a queda do número de pessoas ocupadas nesses estabelecimentos.
De acordo com o Censo Agro, em 2017, havia 15,1 milhões de pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários. Isso representou uma queda de 1,5 milhão de pessoas em relação ao levantamento anterior, realizado em 2006. Florido explica também que esses números são relativos à pergunta se os trabalhadores estavam ocupados naquele momento. E o Censo de 2017 foi feito em setembro, já o de 2016, em dezembro.
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