A cigarrinha Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae) é conhecida popularmente como "cigarrinha-do-milho" devido à sua relação específica com a cultura do milho.
Culturas atacadas
Dalbulus maidis é um inseto que ataca principalmente o milho (Zea mays), sendo considerado o único hospedeiro adequado para alimentação e reprodução.
No entanto, também pode ser encontrado em outras gramíneas, como teosintos e algumas espécies do gênero Tripsacum.
Biologia
A cigarrinha-do-milho é um inseto sugador, pequeno, medindo cerca de 4 mm de comprimento, de coloração branca a palha, com duas manchas negras entre os olhos que facilitam sua identificação visual.
As fêmeas ovipositam nas folhas do milho, e as ninfas se desenvolvem em aproximadamente 20 a 39 dias, dependendo das condições ambientais.
Os adultos podem viver cerca de 77 a 106 dias, dependendo da temperatura.
A cigarrinha D. maidis não possui diapausa, o que significa que pode estar ativa durante todo o ano em áreas onde há disponibilidade de plantas hospedeiras.
O inseto passa por cinco estágios ninfais antes de atingir a fase adulta, alimentando-se da seiva do floema da planta. O ciclo de vida é altamente influenciado pela temperatura, sendo mais curto em climas quentes.
Ecologia e características
A reprodução e a sobrevivência da cigarrinha são influenciadas pelas condições climáticas, com temperaturas entre 27°C e 32°C favorecendo ciclos mais curtos de desenvolvimento.
A umidade relativa também tem papel importante, sendo a cigarrinha frequentemente encontrada no cartucho das plântulas, onde a umidade é maior. A disseminação ocorre principalmente pela migração dos adultos entre lavouras.
A cigarrinha possui alta capacidade de dispersão devido ao seu comportamento fototrópico positivo, ou seja, é atraída pela luz. Durante o dia, a movimentação ocorre entre plantas de milho próximas, enquanto à noite, pode ocorrer dispersão para áreas mais distantes.
A população da cigarrinha tende a aumentar ao longo do ciclo da cultura, com picos populacionais próximos ao florescimento das plantas.
Danos
Dalbulus maidis é o principal vetor dos molicutes Spiroplasma kunkelii e Maize bushy stunt phytoplasma (MBS-fitoplasma), causadores dos enfezamentos pálido e vermelho do milho, respectivamente, e do vírus da risca (Maize rayado fino virus - MRFV).
Os danos resultam na redução da produtividade devido ao encurtamento dos entrenós, clorose, avermelhamento foliar e deformidades nas espigas.
Controle
Em termos de controle cultural, recomendam os especialistas:
- Evitar a permanência do milho tiguera (plantas voluntárias) no campo, pois estas perpetuam a população da cigarrinha e os patógenos.
- Sincronizar as épocas de plantio para evitar a migração do inseto entre lavouras.
- Rotacionar culturas para reduzir a população do vetor.
Em controle biológico, utilizam-se inimigos naturais, como micro-himenópteros parasitóides de ovos (Mymaridae e Trichogrammatidae) e fungos entomopatogênicos que atacam as ninfas e adultos.
Em termos de controle químico, recomendam os especialistas:
- Aplicar inseticidas registrados no estádio inicial do milho (V3 a V4) e realizar o tratamento de sementes.
- Monitoramento contínuo das populações para garantir a aplicação no momento adequado.
A adoção integrada dessas práticas de manejo é essencial para mitigar os danos causados por Dalbulus maidis e garantir a sustentabilidade da produção de milho.
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