Máquinas Agrícolas: A renovação não pode parar

Por Jak Torretta Jr., diretor de operações Mahindra

09.06.2021 | 20:59 (UTC -3)

Com mais de 30 anos de experiência no segmento, nunca vivenciei algo parecido com o cenário atual no mercado brasileiro de máquinas agrícolas. Mesmo com uma pandemia que assola o mundo há mais de um ano, causando turbulência mundial na economia e em toda a indústria que sofre com escassez de matéria prima, componentes nacionais ou importados, mesmo com muitas adversidades em função da COVID-19, o AGRO não parou! Graças a Deus o AGRO não para! Foi colocado à prova e mostrou sua força.

E o AGRO não se resume à agricultura de grandes áreas, produtos de exportação, lavouras que conseguem rentabilidade suficiente para adquirir o que existe de melhor em tecnologia. Os principais protagonistas do AGRO são todos os brasileiros que cultivam a terra, sejam eles grandes, médios ou pequenos produtores.

Cabe lembrar que são os pequenos e médios produtores que colocam na nossa mesa mais de 70% do alimento que consumimos diariamente. Acredito que estes foram os grupos que mais sofreram com a pandemia e precisam de tratores e máquinas agrícolas novas para continuarem na luta por menores custos de produção.

Nas últimas semanas ouvi gente da indústria de tratores dizendo para o agricultor não comprar máquinas agrícolas neste momento. Esse foi o maior absurdo que já escutei. Agora querem ditar o que o agricultor deve ou não fazer? Parem de vender então!

O aconselhamento para o grande produtor é bem diferente da orientação que deve ser dada para o médio e pequeno produtor.

Não se pode retardar o investimento de produtores que estão se organizando para comprar ou renovar suas máquinas. De forma alguma um país que tem mais de 60% DE SUA FROTA CIRCULANTE DE TRATORES COM MAIS DE 10 ANOS DE USO pode se dar ao luxo de não renovar, atualizar a tecnologia de suas máquinas, melhorar o custo operacional das mesmas e o próprio custo de produção de suas lavouras. Estamos muito distantes de uma bolha de consumo irracional e artificial como se viu nos anos de 2011, 2012 e 2013. Ou seja, não existe “efeito manada”, como disseram.

Aproveito para parabenizar a Ministra Tereza Cristina que, mesmo com sérias dificuldades orçamentárias, está lutando pelo apoio à Agricultura Familiar, pois este segmento ainda carece de acesso à tecnologia, de máquinas mais atualizadas e eficientes. Neste segmento é que se concentram os tratores com a maior idade de uso que citei acima e por tanto, temos que olhar com respeito à necessidade premente de aquisição de tratores e outros equipamentos. 

Jak Torretta Jr., diretor de operações Mahindra

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