Test Drive trator H145 Power Shuttle

Com motor Perkins e sistema Power Shuttle, o trator H145 da LS Tractor está projetado para operações pesadas em médias e grandes propriedades, com agilidade nas manobras, além de conforto e muita tecnologia embarcada

21.08.2019 | 20:59 (UTC -3)

Com motor Perkins e sistema Power Shuttle, o trator H145 da LS Tractor está projetado para operações pesadas em médias e grandes propriedades, com agilidade nas manobras, além de conforto e muita tecnologia embarcada

O Test Drive deste mês, para a Revista Cultivar Máquinas, foi na cidade de Piratini, no Rio Grande do Sul. Diz a história de consenso que, entre os anos de 1835 e 1935, ocorreu a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos. Neste conflito, em que a Província de São Pedro do Rio Grande do Sul se rebelou contra o Governo Imperial brasileiro, declarando-se independente e formando a República Rio-Grandense, Piratini foi a primeira capital. O termo farrapo ou farroupilha se corresponde aos gaúchos que promoveram a revolta. 

Neste ambiente interessante e em uma cidade muito importante em termos históricos, reconhecida pelos institutos correspondentes, fomos testar o trator da marca LS modelo H145. Este modelo, que é o segundo a ser lançado da série H, tem 145cv de potência máxima no motor e constitui-se no maior trator da linha LS no Brasil.

A série H da LS Tractor do Brasil foi apresentada na Agrishow 2018, em Ribeirão Preto, sendo que o primeiro modelo, H125, foi lançado na Expodireto 2019, em Não-Me-Toque (RS), e o modelo que estamos apresentando, na Agrishow deste ano. Os dois modelos exigiram muitos testes de campo para validação, principalmente pela nova motorização, que passou a usar a marca Perkins.

Pela sensação da engenharia de fábrica, a maior disponibilidade de torque dos novos motores obrigou que se formassem duas fases de testes de campo, sendo que em maio deste ano finalizaram os testes com a transmissão Power Shuttle. Estes cuidados são tomados para abastecer os técnicos com informações que serão passadas aos usuários.

Este modelo de trator é um desenvolvimento da empresa no Brasil e objetiva aumentar a oferta de produtos em uma faixa muito importante do agronegócio brasileiro, disponibilizando um portfólio que atinja agricultores de médio e grande porte e o mercado de exportação para países africanos e sul-americanos, principalmente. O motor é fornecido pela Perkins do Brasil e o power train vem na forma de um módulo importado da Coreia do Sul, onde embreagem, caixa de velocidades, diferencial e redução final e sistema hidráulico formam o conjunto. 

Diga-se de passagem que a instalação da LS em Garuva (SC) constitui-se em uma montadora, pois aí não são fabricados componentes. Toda uma rede de fornecedores foi construída para o fornecimento das diferentes peças que formam o trator, segundo projetos e demandas da LS. 

Como já tínhamos constatado no Test Drive que fizemos com o modelo H125, um novo visual foi adotado, com detalhes cromados, que ressaltam os faróis e as entradas e saídas do ar no capô, assim como nos para-lamas traseiros. Destaca-se também os faróis auxiliares na parte superior do para-brisas e os quatro faróis de trabalho na parte traseira, colocados na cabine. Como sentimos no teste do H125, o visual é de um trator de maior potência, com um aspecto imponente que deverá, sem dúvida, atrair clientes.

O trator possui um capô basculante, que facilita a manutenção e apresenta entradas de ar frontais entre e abaixo dos faróis e duas saídas laterais para o ar quente. 

O MOTOR

A série H, constituída pelos tratores H125 e H145, é equipada com motores Perkins de quatro cilindros, com 4.400cm³ de volume deslocado, injeção eletrônica direta e 16 válvulas. O motor é sobrealimentado por um turbocompressor, associado a um intercooler para arrefecimento do ar admitido, oferecendo potência máxima de 145cv a 2.200rpm, reserva de torque de 37% e torque máximo de 558Nm a 1.400rpm, pela norma ISO TR 14396. 

O motor modelo 1104D-E44TA é de fabricação nacional
O motor modelo 1104D-E44TA é de fabricação nacional

A injeção de combustível é eletrônica direta, tipo common rail, sistema no qual o tempo de injeção, a quantidade e a atomização do combustível são controlados eletronicamente, permitindo múltiplas injeções a qualquer pressão e a qualquer momento, obtendo maior potência, controle de emissões e redução no consumo de combustível. A pressão nesse sistema pode ser flexibilizada, proporcionando a pressão ideal para diferentes condições de trabalho, otimizando o desempenho geral do motor diesel. Para a filtragem do combustível, verifica-se a presença de um duplo filtro de combustível na lateral esquerda do motor.

O motor modelo 1104D-E44TA é de fabricação nacional e atende às normativas de emissões e poluentes do Proconve MAR-1, contando com sistema EGR (Exhaust Gas Recirculation), tecnologia de recirculação dos gases do escape que reduz as emissões de poluentes sem a necessidade de aditivos à base de ureia. Esta tecnologia é designada Green Power e equivale aos padrões de emissões MAR-1 do Brasil, UE Stage II / IIIA da União Europeia e US EPA Tier 2 / Tier 3 para os Estados Unidos da América.

Na parte frontal do trator estão situados quatro radiadores responsáveis pelo arrefecimento do motor, do óleo da transmissão, do intercooler e do ar-condicionado, posicionados de modo que facilite a limpeza e a manutenção dos componentes, sendo de fácil acesso. O ventilador é mecânico, acionado por correia poli V.

O ar utilizado na combustão entra por meio de um tubo vertical, com tomada de ar elevada a partir de um sistema centrífugo que retira as impurezas mais grossas e passa por um filtro duplo, primário e secundário, colocado na parte superior do motor, que obriga o operador a utilizar um elemento de elevação (escada, por exemplo) para a limpeza. Este sistema, que provoca uma pequena perda de carga, se compensa por recolher ar muito mais limpo do que se tomasse o ar na altura do motor. 

Quatro radiadores são responsáveis pelo arrefecimento do motor, do óleo da transmissão, do intercooler e do ar-condicionado
Quatro radiadores são responsáveis pelo arrefecimento do motor, do óleo da transmissão, do intercooler e do ar-condicionado

O projeto do trator LS H145 contemplou duas proteções plásticas, uma em cada lado, para no lado esquerdo evitar o contato do operador com a parte quente do motor e no lado direito, com a correia do alternador. O sistema de arrefecimento é de circuito aberto e depósito de expansão colocado acima dos radiadores.

Os técnicos da empresa nos informaram que com a adoção do motor Perkins, que tem maior torque, os testes de campo se prolongaram mais, principalmente com respeito à transmissão e à verificação de um possível aquecimento de óleo. Este é um dos motores mais utilizados em tratores por diversos fabricantes no mundo.

Ficamos bastante impressionados com a qualidade da fundição do suporte do eixo dianteiro e sua união com o bloco do motor, quase um semichassi, que proporciona o uso de ferramentas frontais, como pás carregadoras.

A TRANSMISSÃO

O sistema de transmissão de potência e torque se inicia com uma embreagem do tipo disco seco, com disco de embreagem de 348mm de diâmetro e revestimento com pastilhas cerometálicas. Curiosamente, o pedal da embreagem neste modelo somente necessita ser utilizado para escolher o grupo e ligar o motor, atuando como um dispositivo de segurança. Para colocar o trator em movimento, basta deslocar a alavanca do reversor Power Shuttle, localizada na coluna da direção, para frente ou para trás. Para trocar de marchas na alavanca do modo sincronizado há um interruptor que pode ser acionado pelo dedo médio, que serve de embreagem.

Embora o outro modelo da série H, o H125, seja oferecido com dois tipos de transmissão, a sincronizada Synchro Shuttle de 12 velocidades à frente e à ré, como equipamento standard, e a Power Shuttle, como opcional, o modelo H145 somente será oferecido com a transmissão Power Shuttle, que utiliza um inversor de acionamento hidráulico, com 24 marchas à frente e 24 à ré. Assim como na transmissão sincronizada, a Power Shuttle poderá vir com o super-redutor (Creeper), que funciona apenas nos grupos de L e M, chegando a 40 marchas à frente e 40 à ré. Com a opção de Creeper, presente no trator de testes, seria possível deslocar-se entre 190m/h até 36km/h. 

Alavanca do reversor Power Shuttle, localizada na coluna da direção
Alavanca do reversor Power Shuttle, localizada na coluna da direção

O acionamento da transmissão neste modelo se faz por meio de uma alavanca de grupos, posicionada à esquerda do assento do operador, com três posições, L (baixa), M (média) e H (alta), com uma quarta posição de neutro. Uma vez selecionado o grupo, na posição mais avançada no console, à direita, temos a alavanca de seleção de marchas em H, com um neutro na posição central e quatro marchas sincronizadas. Esta transmissão nos proporciona 12 velocidades de deslocamento.

A opção de câmbio em carga (Power Shift ou Hi-Lo) se efetiva com dois interruptores colocados ao alcance do dedo polegar da mão direita, quando se selecionam mais duas velocidades, que se interpõem entre as velocidades, selecionadas pela posição das alavancas. Portanto, com o simples toque destes interruptores, no de cima subimos uma marcha e no inferior baixamos uma marcha. Além disso, este câmbio oferece um inversor (Power Shuttle), colocado na coluna de direção. Uma pequena alavanca em forma de borboleta, quando colocada para frente, desloca o trator em movimento para frente, no meio a posição de neutro e, para trás, reverte o movimento, deslocando o trator em marcha à ré. 

Como informamos antes, todo o conjunto de transmissão é importado da matriz, na Coreia do Sul. Utiliza um conjunto de redutores finais, colocado nos semieixos traseiros, com engrenagens epicicloidais. O acionamento do bloqueio do diferencial se faz com um interruptor eletro-hidráulico, desprezando os sistemas de alavancas que exigem esforço do operador. 

A tomada de potência (TDP) é acionada por um interruptor colocado na parte de trás do console lateral direito e é de acionamento independente, com uma embreagem multidiscos. Novidade neste modelo é a presença de apenas duas velocidades angulares padronizadas de 540rpm e 1.000rpm, suprimindo-se a terceira opção de 750rpm, que é oferecida no restante da linha LS. No projeto de segurança, o fabricante colocou uma proteção tipo escudo, para impedir o contato involuntário dos pés do operador ao eixo da TDP. 

SISTEMAS COMPLEMENTARES

O trator que testamos estava equipado com pneus traseiros modelo PD22 na especificação 18.4-38 R2 e dianteiros PD 22 14.9-28 R2, com rodado duplo na traseira. O rodado duplo se faz com o uso de um carretel fornecido por um parceiro da LS. No caso do trator em teste, os rodados externo e interno eram da mesma dimensão, mas também há a opção de se montar o par com o pneu interno de maior dimensão, utilizando-se então o rodado 23.1x30R2 e o 18.4x34R2.

O eixo dianteiro é da marca Carraro, fabricado no Brasil, e conta com acionamento e um cilindro na posição central. O acionamento da TDA é feito com um interruptor eletro-hidráulico. O diferencial dianteiro tem bloqueio automático. O sistema de freios traseiros utiliza dois discos imersos em óleo e é bastante suave o acionamento, pois é feito hidraulicamente. Para a imobilização do trator, um freio de estacionamento deve ser acionado através de uma alavanca colocada sobre o piso, à esquerda do assento do operador.

Se o trator for desligado sem o acionamento deste dispositivo, um sinal sonoro de advertência será ativado e o mesmo sinal é utilizado para avisar o operador de que o freio de estacionamento está acionado e, portanto, deverá ser desativado.

O trator de teste levava na parte dianteira 22 placas de 40kg cada e um suporte de 110kg
O trator de teste levava na parte dianteira 22 placas de 40kg cada e um suporte de 110kg

O trator de teste levava na parte dianteira 22 placas de 40kg cada e um suporte de 110kg. Não levava lastro traseiro, nem metálico, nem hidráulico, pela montagem de rodado duplo, porém, o fabricante oferece lastragem metálica com discos de 55kg cada um, conforme a necessidade do usuário. 

Abaixo da cabine, na parte inferior do piso da plataforma, abrangendo os dois lados do trator e com bocal de abastecimento no lado esquerdo, está situado o reservatório de combustível em material plástico. Com capacidade para 300 litros, possui autonomia condizente com a potência e a capacidade volumétrica do motor Perkins, de 145cv. Sobre os rodados dianteiros o fabricante colocou dois para-lamas de material plástico, para proteção dos usuários.

A distância entre eixos é de 2.250mm e o comprimento total é de 5.300mm. O peso de embarque é 6.350kg e as bitolas traseiras variam de 1.772mm a 2.142mm e as dianteiras, de 1.778mm a 2.062mm.

O SISTEMA HIDRÁULICO

O sistema hidráulico de três pontos de categoria II possui bomba central com vazão total de 112 litros por minuto e pressão máxima de 170kgf/cm², contando com uma bomba hidráulica com vazão de 80 litros por minuto para as válvulas de controle remoto e outra bomba hidráulica para a direção hidrostática. Os braços inferiores não possuem sistema de engate rápido de implementos.

O modelo H145 oferece três válvulas de controle remoto como standard ou quatro como opcional com retorno livre
O modelo H145 oferece três válvulas de controle remoto como standard ou quatro como opcional com retorno livre

O modelo H145 possui acionamento do sistema de levante por meio de um par de alavancas, uma de controle de posição e outra de profundidade, ambas situadas no lado direito da cabine. A capacidade máxima de levante na rótula dos braços inferiores é de 4.800kgf a 5.500kgf na versão opcional, utilizando dois pistões laterais, com sistema de controle, da movimentação lateral do implemento através de estabilizadores telescópicos. 

Além do sistema hidráulico de três pontos, o modelo H145 oferece três válvulas de controle remoto como standard ou quatro como opcional com retorno livre. Uma das VCRs standard é de vazão contínua e retorno livre para a utilização em semeadoras com fluxo de óleo para dispositivos de vácuo e pressão. A vazão máxima dos sistemas na versão standard é de 80 litros por minuto, e 110 litros por minuto como opcional. As outras duas VCRs são do tipo padrão.

Embora haja uma espera para acionamento externo, no para-lamas, do sistema de levantamento de três pontos, não encontramos os interruptores instalados, o que poderia facilitar o engate de implementos de fora da cabine.

A CABINE

Um dos pontos mais destacados pela equipe de testes foi a cabine do trator LS H145. É fabricação da marca LS e neste exemplar é importada diretamente da Coreia do Sul, mas poderá ser nacionalizada no processo natural do fabricante. Está apoiada e fixada sobre seis coxins, sendo quatro na parte traseira e dois na parte dianteira. Destacamos a impressão de boa visibilidade, a grande área envidraçada e o enorme espaço disponível atrás dos assentos e nos porta-objetos, colocados sobre os para-lamas na parte interna da cabine.

O acesso à cabine é feito por meio de duas escadas de três degraus, colocadas uma em cada lado do trator. Porém, nota-se um incentivo para que o operador suba pelo lado esquerdo, servindo a porta direita como uma saída de emergência. A entrada se faz por uma porta bastante ampla, com pega-mãos colocados em ambos os lados, o que auxilia o operador na entrada e saída do posto de trabalho.

Principal painel de comandos localizado à direita do operador
Principal painel de comandos localizado à direita do operador

O assento do operador é do tipo pneumático desde a versão standard, e no lado esquerdo há um pequeno assento de acompanhante, ambos equipados com cinto de segurança.

Na parte superior da cabine há um teto solar com uma cortina horizontal para proteção solar. O sistema de ar-condicionado demonstrou ser bastante eficaz durante a jornada, pois embora o teste tenha sido feito no inverno, a temperatura havia se elevado pela presença de sol intenso. Ademais, há um para-sol instalado no para-brisas que pode ser ajustado verticalmente.

Há, no ajuste de posição de coluna de direção, algo interessante, que é o fato de que, ao ajustar a posição, o painel central se movimenta junto, ficando sempre na melhor posição para visualização do operador. O painel é digital e conta com tacômetro, termômetro, medidor de combustível, horímetro, voltímetro e velocímetro, além de sinais luminosos de controles de função. Os interruptores de configuração e acionamento relacionados à função de Cruise Control estão disponíveis na parte inferior do painel frontal do trator, abaixo da coluna da direção.

Não há obstáculos à visão do operador a partir da cabine. O tubo de escape está colocado no lado direito e conta com uma marcante proteção contra o calor, o que evita queimaduras. O posicionamento à direita e no lado oposto ao que se incentiva para a entrada na cabine é uma excelente medida de segurança.

De outra parte, o terminal do tubo de captação de ar para o motor está colocado em posição elevada, sobre a cabine, no lado esquerdo, atrás da coluna frontal. Colocar uma tomada de ar com ciclonizador nesta posição, embora aumente a perda de carga, é fator relevante para a tomada de ar limpo. O ar mais limpo satura menos o sistema de filtragem, prolongando os intervalos de limpeza. A concentração de pó em suspensão é proporcionalmente menor quanto mais se eleva a altura de captação.

Tanque de combustível localizado próximo à escada de entrada da cabine
Tanque de combustível localizado próximo à escada de entrada da cabine

No piso, do lado direito da plataforma, estão localizados a alavanca de marchas (velocidades) e o controle do sistema hidráulico de três pontos, nivelamento e posição.

Em posição mais elevada há um console onde estão dispostas as alavancas de controle do sistema hidráulico VCR, a alavanca de controle do acelerador e a tradicional alavanca da marca LS de programação de levantamento e abaixamento do equipamento engatado no sistema hidráulico de três pontos, denominado Litf-o-Matic. Todos os interruptores de iluminação estão posicionados na parte posterior deste console. 

No lado esquerdo do piso da plataforma estão localizados os comandos de troca do regime, freio de estacionamento e o acionamento da tomada de potência. No painel esquerdo há amplo espaço para objetos.

A TECNOLOGIA

A LS Tractor, em toda a série H e, em especial, neste modelo, apresenta uma série de opcionais que levam tecnologias de ponta para o dia a dia no campo. Primeiramente destacamos o LS Tech Unit Control, que engloba os sistemas de telemetria e o sistema de monitoramento do motor.

O sistema de Telemetria Gestya é um sistema de informação e comunicação via GPS e GPRS, fabricado e utilizado em parceria com a empresa Colven. Ele oferece informações, em tempo real, da localização do veículo em operação, faz o registro de informações como horas de funcionamento, velocidade instantânea, rotação em rpm da TDP, horas de trator ligado, horas em trabalho, além de exibir alertas de manutenção e informar sobre possíveis problemas no motor. Ao cliente que optar por este opcional, a empresa oferece acesso à plataforma Gestya InfoWeb, que pode ser utilizada no smartphone ou no seu desktop, com possibilidade de fazer a programação de alertas de comunicação com o operador da máquina.

O sistema Vigia, de proteção eletrônica do motor, denominado LS Tech Engine Protection, faz o monitoramento da tensão da bateria e das temperaturas do motor e do óleo. Esse sistema detecta quaisquer anomalias de funcionamento que possam provocar danos ao motor e emite um alerta sonoro e luminoso para indicar o problema, podendo ainda realizar o corte do funcionamento em caso de nível crítico, como superaquecimento ou diminuição brusca da pressão de óleo.

Estes sistemas, atuando de maneira conjunta, facilitam a gestão e a conservação da máquina e de toda frota, seja na otimização de processos com os sistemas de telemetria ou na redução de danos e custos com manutenção, como é o caso do sistema de proteção eletrônica do motor.

Outro destaque tecnológico desta série H é o sistema Cruise Control. Neste sistema, o operador poderá selecionar duas velocidades de deslocamento que pretenda utilizar em operação e nas manobras, por exemplo. Uma tecla que contém os números 1 e 2 será utilizada sempre que se quiser mudar a rotação do motor.

Ao iniciar a operação, o operador acionará esta tecla, que manterá durante o trajeto a primeira rotação configurada; quando se aproximar o momento da manobra, ele acionará a tecla outra vez, passando à segunda rotação configurada para tal tarefa. As vantagens deste sistema se relacionam à economia de combustível, à segurança de operação e à facilidade em acumular diferentes comandos do trator nos momentos de manobra, onde diversas funções terão que ser alteradas, como levantar o implemento, girar o volante e desacelerar o trator. O exemplo dado para manobras pode se estender a outras situações, como subir e descer terrenos declivosos, necessidade de alterar a rotação do motor para adequar relações de torque, entre outras.

Outro sistema que pode acompanhar o LS H145, como equipamento opcional, é o piloto automático hidráulico, ferramenta que garante maior precisão e eficiência para o operador durante o trabalho no campo.

Também, pode-se mencionar como interessante item de tecnologia a possibilidade de fazer a configuração da velocidade de reação do engate da reversão do reversor Power Shuttle, localizado na coluna de direção. O operador, dependendo do tipo de implemento que está utilizando, pode variar o tempo de reação do reversor. Acionando um interruptor localizado no painel lateral, ele poderá fazer com que o acionamento para frente ou para trás seja mais rápido ou mais lento, influindo na resposta do pacote hidráulico de acionamento.

Embora já comece a ser comum em tratores das gamas médias e grandes, esta série disponibiliza uma tomada elétrica de sete pinos, para uso geral, com equipamentos que necessitem energia para iluminação e sinalização noturna, ou mesmo para o deslocamento em estradas públicas.

O TESTE

Para o teste a campo, utilizamos uma área onde, no verão, se produz soja como cultura principal e, no inverno, trigo e pastagens. O produtor utiliza plantas recuperadoras de solo, como o nabo forrageiro, para melhoramento das condições físicas do mesmo, compactado pelo pisoteio dos animais que são introduzidos nas áreas, logo após a colheita da cultura principal.

Também, na saída do inverno, em determinadas áreas e com pouca frequência, o produtor utiliza o escarificador como equipamento descompactador de solos. Como esta operação iria ser realizada em breve, escolhemos um escarificador marca Khor, modelo Skarific, 11 hastes, plantio direto, em um arranjo de seis hastes atrás e cinco na frente, para testar o trator LS H145.

Em uma área de terreno com ondulação média, trabalhamos no sentido do maior comprimento, alternando trabalho em áreas mais secas e outras mais úmidas, em virtude das chuvas da semana anterior. Constatamos nesta ocasião a utilidade do rodado duplo, que proporciona maior área de contato, proporcionando maior tração e sustentação.

Para o teste, utilizamos o trator LS H145 durante todo o dia, alternando a operação entre os membros da equipe de avaliação e os próprios agricultores proprietários do trator. Nos deram suporte o pessoal da equipe da LS, Astor Kilpp, diretor comercial, e Paulino Jeckel, da Agência EscalaCity+, que atende a LS, além do gerente da concessionária local GlobalMac, Lázaro Lopes Corrêa.

Operamos o conjunto mecanizado em segunda marcha (2) do grupo intermediário (M), alternando Power Shift nas posições Hi e Lo, resultando em uma velocidade de deslocamento entre 6km/h e 7km/h, e patinamento adequado para a máxima eficiência de tração. Além disso, por vezes, testamos a primeira marcha do mesmo grupo com velocidade aproximada de 5km/h.

Assim como no modelo menor da série H, que testamos recentemente na Cidade de Mafra (SC), confirmamos a facilidade de manobras, demonstrada pelo sistema de reversão Power Shuttle e o Cruise Control. Além disso, testamos a alternativa de acionamento do Power Shift, utilizando a marcha mais reduzida para subir e a mais alta para descer o terreno.

Embora as condições do terreno não fossem as melhores em termos de umidade, saímos do teste convencidos de que o reversor Power Shuttle, combinado com a transmissão Power Shift, será o atributo principal do agrado dos clientes. Também, acreditamos que será muito valorizada a opção do motor, que demonstrou em todos os momentos que dispunha de um excelente torque, capaz de suportar um implemento mais exigente do que sua recomendação técnica.

Em termos ergonômicos destacamos a amplitude da cabine, que suporta com facilidade duas pessoas, no assento principal e do acompanhante, ótima visibilidade e razoável adaptação da posição do assento principal e volante. Aprovamos também o sistema de movimentação lateral do assento principal, que permite variação de até 30 graus em relação à posição centralizada.

A Concessionária Tratores LS GlobalMac

A concessionária GlobalMac representa a marca LS para uma enorme área de cobertura de comercialização e serviços no estado do Rio Grande do Sul. A loja matriz fica na capital do estado, Porto Alegre, e há lojas em Pelotas, Barra do Ribeiro, Caxias do Sul e Passo Fundo. É atualmente a maior concessionária do estado e uma das maiores no País. Uma das últimas informações indica que, em termos de retirada de tratores, a GlobalMac é a concessionária que mais se destacou no País.

O gerente comercial Lázaro Lopes Corrêa, que nos acompanhou durante toda a jornada, explicou que a marca LS ainda é conhecida como fornecedor de tratores para o segmento de agricultura familiar, por isto, na região de concessão, os modelos mais vendidos são o LS Plus 80 e o LS U60, porém já se nota uma expansão para o mercado de médios e grandes produtores. A oferta da série H com a introdução de modelos mais completos na versão standard, uma transmissão considerada top no mercado, e o reversor em toda a série, é um demonstrativo disto.

O local do teste

Para a realização do teste de campo, a equipe da Revista Cultivar Máquinas, juntamente com o apoio do pessoal da concessionária LS Tractor GlobalMac de Pelotas (RS), se deslocou para o interior do município de Piratini (RS), nas fazendas Figueira e Tamanduá. Lá, encontramos uma área total de 1.200ha, onde há plantio de soja no verão, alternando para pastagens e trigo no inverno, além de muita área verde. Durante o teste, o trator foi equipado com um escarificador Khor, modelo Skarific 11 hastes, com seis hastes atrás e cinco na frente, 2.800kg de peso bruto, profundidade de trabalho de 150mm a 350mm e potência requerida de 12cv a 15cv por haste.

O test drive foi realizado no interior de Piratini (RS), com apoio da concessionária LS Tractor GlobalMaq de Pelotas (RS)
O test drive foi realizado no interior de Piratini (RS), com apoio da concessionária LS Tractor GlobalMaq de Pelotas (RS)

A família Stark, formada pelos irmãos Silvino, Vanderlei, Claudenir e José, trabalha junto em regime de arrendamento. São clientes recentes da marca e possuem, além do LS H145, outro trator LS, modelo Plus 100. A família mora em Piratini, mas é originária de Arroio do Padre, um município que antes pertencia a Pelotas e agora é emancipado como cidade.

Durante os testes, procuramos conhecer os critérios de aquisição das máquinas pela família Stark e concluímos que era cliente de outra marca e, pelo desgosto no atendimento, migrou para a marca LS e para o concessionário GlobalMac. A principal motivação foi o sistema de demonstração de máquinas, através do qual tiveram a oportunidade de trabalhar com os tratores da marca antes de comprá-los.

Depois de utilizar os dois tratores, os irmãos Stark chegaram à conclusão de que o que a LS tem de mais positivo são a facilidade de operação, a redução significativa de consumo de combustível e o excelente pós-venda que pratica a marca e a concessionária.

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