Sensoriamento remoto para áreas de produção agrícola
Por Nelson Sá, engenheiro agrônomo, gerente de Irriger no Centro-Oeste
03.06.2016 | 20:59 (UTC -3)
O acompanhamento das áreas de produção agrícola com uso de recursos de sensoriamento remonto tem se mostrado uma ferramenta eficaz para monitoramento de produção e planejamento de atividades de manejo. Com tecnologia capaz de analisar as imagens recebidas por satélite, é possível obter acompanhamento e rápido.
O estudo é possível pois a banda de radiação do NIR (Infra-Vermelho Próximo) é muito precisa para captar o vigor das plantas, diferenciando plantas vigorosas (que refletem mais o NIR) e plantas mais fracas (que absorvem a radiação). Sendo assim, as imagens em NIR obtidas por satélites de última geração são tratadas poruma equação chamada NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada),que transforma em tons de cores as distintas leituras de NIR, possuindo alta correlação com índice de área foliar (IAF) e vigor das plantas.
Ao final, são elaborados mapas que descrevem a distribuição do vigor das plantas no campo, que permitem o acompanhamento “in season” da evolução dos campos de produção agrícola, a fim de identificar zonas que merecem mais atenção.
Entre os benefícios, podemos citar a rápida detecção de falhas na irrigação ou em operações mecanizadas, como adubação, preparo do solo ou fitoxidez por agroquímicos; manchas de solo com baixa produtividade, áreas com erosão laminar, depósitos de calcário; identificação de reboleiras de baixo vigor causadas por nematoides ou patógenos de solo; zonas com vigor abaixo do esperado, possíveis deficiências nos equipamentos de irrigação, regiões com maiores potenciais de produção, entre outros.
Na imagem abaixo observa-se tons de vermelho e amareloem uma parte da borda do pivô, neste caso trata-se daárea mais alta do terreno e foi identificado pressão abaixo damínima necessária na ponta do equipamento, o que causa desuniformidadee aplicação de água abaixo do necessário paraas plantas a área afetada neste equipamento foi de 2,1ha.
Exemplo 1 – Milho semente aos 60 dias após o plantio,imagem obtida em 25-05-15. Fonte: Geosys
Já na sequência abaixo observa-se claramente a marca Irriger/Farmers Edgedeixada pela posição dos antigos pivôs onde o solo já estavacorrigido e plantas menos vigorosas que foram inseridas nopivô. Ressalta-se que muitas destas diferenças não são perceptíveisa olho nu e causam diferenças em produtividade.
Exemplo 2 – Resposta no vigor das plantas com a mudança da posição dospivôs, imagem obtida em 04-07-15. Fonte: parceria Irriger/Farmers Edge
Abaixo observa-se uma zona de baixovigor no pivô em formato de anel que é atribuídoa algum emissor entupido ou montadocom vazão inadequada, este diagnósticopode ser feito antes de serem apresentadossintomas visíveis no campo, pois a imagemcom o tratamento em NDVI é muito precisapara detectar diferenças no vigor vegetativodas plantas.
Exemplo 3 – Anel formado poremissor entupido ou inadequado, imagemobtida em 03-08-15. Fonte: parceria Irriger/Farmers Edge
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