Produção mais sustentável de soja é possível com fertilizações inovadoras com fósforo

Por Leandro Barbosa, Mosaic

27.02.2025 | 10:13 (UTC -3)

A adubação fosfatada é essencial para a produção agrícola brasileira, pois grande parte dos nossos solos tropicais possuem baixos níveis deste elemento químico (P) disponível para as plantas. Além disso, nosso solo apresenta elevados teores de óxidos de ferro e alumínio que promovem a fixação do fósforo. Isso significa que parte do nutriente aplicado via fertilizantes se torna indisponível para as plantas ao se ligar aos óxidos de ferro e alumínio.

Portanto, é necessária a aplicação contínua e recorrente de fósforo para garantir o fornecimento e disponibilidade desse nutriente para as culturas, resultando em uma alta demanda da adubação fosfatada. Essa necessidade é ainda mais acentuada devido à elevada exigência nutricional com relação ao fósforo das nossas principais culturas, como soja, milho, algodão e trigo. O Brasil possui uma das maiores áreas agrícolas do mundo, e a cultura da soja, por exemplo, representa uma commodity estratégica no mercado internacional e para o PIB do país.

Para a safra 2024/2025, é esperada uma produção de 166,21 milhões de toneladas, uma alta 12,5% em relação ao volume colhido em 2023/24, segundo publicação recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nesse sentido, torna-se crucial o manejo adequado da cultura, principalmente dos fertilizantes, uma vez que representam o maior custo de produção a fim de garantir a produtividade e a rentabilidade aos produtores, aliadas à segurança alimentar e à sustentabilidade para toda a sociedade.

As matérias-primas mais utilizadas para adubação fosfatada na cultura da soja são o Superfosfato Simples (SSP, 18 a 2O% de Fósforo - P2O5), o superfosfato triplo (TSP, 46% de Fósforo - P2O5) e o Fosfato Monoamônico (MAP, 11% Nitrogênio - N e 52% Fósforo - P2O5). Inventários do setor agropecuário apontam que 25% das emissões globais dos gases do efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO2) e o óxido nitroso (N2O), estão relacionadas ao uso de fertilizantes como esses convencionais.

Diante deste cenário, torna-se imperativo que tanto o setor produtor de fertilizantes quanto o agricultor adotem práticas cada vez mais sustentáveis para um agronegócio alinhado às questões ambientais em discussão atualmente. Especificamente no caso das indústrias de insumos, é importante que invistam em centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação para que seja possível desenvolver produtos e soluções que elevem a produtividade das plantas, poupem recursos naturais e entreguem uma produção agrícola sustentável.

A Mosaic dedica equipes técnicas para realizarem pesquisas e testes em campo e, assim, entender melhor o impacto de seus produtos nas emissões de gases de efeito estufa. Alguns resultados têm se mostrado bastante positivos. Produtos fosfatados com formulações inovadoras de alta performance que substituem os convencionais supracitados já são capazes de diminuir consideravelmente as emissões de GEE e a pegada de carbono na soja, tanto aplicados no sulco de plantio quanto aplicados a lanço: redução média de 33% para os fatores de emissão (F.E.) do N2O; redução de 28% da emissão líquida emitido em CO2eq, que representa a pegada de carbono dos fertilizantes aplicados na semeadura da soja; e aumento na produtividade, com incremento de 3.5 sacas/ha, fator crucial para redução da intensidade das emissões na cadeia da soja. O incremento da produtividade é o componente necessário para a redução da intensidade de emissão – calculada pelo somatório das emissões de GEEs dividido pela produtividade. Esses dados positivos foram obtidos graças a um estudo inédito realizado pela empresa em parceria com o Prof. PhD. Carlos Eduardo Cerri, um dos mais renomados cientistas do mundo na área de mudanças climáticas, utilizando metodologia oficial do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima).

Os resultados apresentados pelo estudo são relevantes na cultura da soja e tomam maior importância considerando a preocupação e urgência climática global (e.g., AR6 Climate Change: The Physical Science Basis), bem como são alinhados às políticas públicas brasileiras (e.g., RenovAgro; Fundo Clima, CPR-verde) além de iniciativas voluntárias (Blended financial e os Mercados de Carbono) em reduzir o impacto do agronegócio nas emissões dos GEE e mitigar as mudanças climáticas.

Por Leandro Barbosa, Mosaic

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