Na região amazônica, particularmente em Rondônia, onde o sistema monocultural é predominante, prevalecem condições ambientais com alto potencial de susceptibilidade a pragas habitualmente existentes neste agroecossistema.
Principais pragas
1. Broca-do-café - a praga é responsável por grandes perdas no rendimento do café Conilon, variedade mais cultivada no Estado. Com a penetração da broca no fruto, inicia-se o processo de destruição parcial ou total da semente pela ação do inseto e/ou fungos que penetraram na galeria, causando apodrecimento da mesma. Após a fecundação das fêmeas nos frutos, estas os abandonam e vão atacar novos frutos e continuar os seus ciclos reprodutivos.
Uma das alternativas, para a redução do ataque da broca, é uma colheita bem feita e um repasse se necessário, para evitar a sobrevivência dessa praga e evitar que ela passe para os frutos novos da próxima safra.
A Embrapa Rondônia vem efetuando pesquisas para determinar os melhores isolados de Beauveria bassiana, que é um fungo que controla biologicamente a praga. Em seguida serão definidos a concentração, a época e o método de aplicação mais apropriado para as condições de Rondônia. Com relação ao controle químico, este deve ser iniciado quando a infestação atingir 3%, utilizando-se inseticida de princípio ativo Endosulfan (350g/L), na dosagem de 1,5 a 2,0 L/ha do produto comercial.
2. Ácaro-vermelho – o ácaro vermelho vive na parte superior das folhas, é muito pequeno, podendo ser visível a olho e facilmente observado em lupa de bolso. O sintoma típico do ataque é o bronzeamento da folha, que é uma reação à raspagem e sucção de parte do conteúdo celular, feita pela praga durante sua alimentação.
Recomenda-se, quando por condição de desequilíbrio ou forte estiagem e o ataque for grave, fazer aplicações de acaricidas específicos.
3. Bicho-mineiro - o café Conilon é considerado tolerante ao bicho-mineiro, porém têm ocorrido casos, embora isolados, de lavouras com acentuada infestação. A lagartinha quando eclode penetra diretamente na folha do cafeeiro, alojando-se entre as duas epidermes e começa a alimentar-se, formando minas ou galerias, daí o nome bicho-mineiro. Com relação ao controle biológico desta praga, no Brasil já foram identificados vários predadores e parasitos da praga, efetuando seu controle com relativa eficiência. E, quanto ao controle químico, pode ser realizado pela aplicação de inseticidas sistêmicos granulados incorporados ao solo e/ou inseticidas em pulverização. Atualmente estão registrados 73 produtos (marcas comerciais) para o controle do bicho-mineiro. Deve-se consultar um Engenheiro Agrônomo para efetuar a prescrição de inseticida, conforme o caso.
Afora as citadas pragas, há que se destacar a lagarta-dos-cafezais, cujos primeiros surtos ocorreram no município de Cacoal e, posteriormente, foram verificados alguns focos em Mário Andreazza e Rolim de Moura. As medidas de controle adotadas permitiram conter a expansão da praga e proporcionaram redução significativa da área atacada. Outra praga que merece atenção são as cochonilhas. Como nos últimos anos têm sido observados ataques mais expressivos em algumas lavouras, técnicos e produtores devem estar alertados para possíveis problemas. As cochonilhas constatadas no Estado são aquelas conhecidas por cochonilha-verde, cochonilha-branca ou cochonilha-da-roseta e cochonilha ortézia.
Pesquisador Embrapa Rondônia
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