Mais produtividade
Doença importante em cafeeiro, a mancha de Phoma causa severas limitações principalmente em regiões de altitude elevada e com predomínio de baixas temperaturas
A rizoctoniose ou crosta negra, causada pelo fungo Rhizoctonia solani (Teleomorfo Thanatephorus cucumeris), é uma doença de ocorrência generalizada em cultivos de batata, principalmente em áreas intensamente cultivadas. Associada ao solo pode afetar todas as partes subterrâneas da planta e ocorre em diferentes estádios fenológicos da cultura (emergência; tuberização e maturação dos tubérculos). Em hastes e estolões, os sintomas típicos da doença são caracterizados por lesões castanho-avermelhadas (cancros), alongadas, aneladas que podem ou não estar associadas ao estrangulamento. Nos tubérculos a doença é chamada de crosta negra e caracteriza-se pela presença maciça de escleródios aderidos à sua superfície. Possuem coloração marrom-escura a negra, apresentam tamanhos e formatos variáveis e são formados pelo enovelamento do micélio do fungo. A doença também pode apresentar sintomas secundários como: germinação lenta, redução do estande, queda do vigor, atrofia de plantas, amarelecimento, enrolamento de folhas, redução do número e tamanho dos tubérculos, emissão de tubérculos aéreos e tubérculos disformes.
Rhizoctonia solani possui hifas septadas, micélio marrom a ocre, com a presença de ramificação lateral em ângulo reto. O fungo pode ser dividido em diferentes subgrupos em função da capacidade de fusão de suas hifas (Grupos de Anastomose - GA). A rizoctoniose da batata é causada principalmente pelos grupos de anastomose 3 e 4 (GA-3 e GA-4). O grupo GA-3 é o mais severo e específico para a batateira, podendo provocar sérios prejuízos, enquanto o grupo GA-4 apesar de patogênico, raramente causa perdas significativas. No Brasil, além da batata, o grupo GA-3 é relatado em fumo e o grupo GA-4 em soja, feijão, amendoim, tomate, melão, melancia, espinafre, pimentão e brócolis.
A doença é favorecida por solos argilosos, frios (5ºC a 25°C), úmidos, mal drenados, matéria orgânica mal decomposta, plantios profundos e ambientes com temperaturas entre 18ºC e 22°C. O fungo pode sobreviver no solo por longos períodos, mantendo-se na forma de escleródios ou micélio colonizando restos de cultura. Na fase de germinação/emergência, os escleródios presentes nas sementes ou no solo germinam e infectam os brotos e as hastes novas. A formação de escleródios em tubérculos ocorre em qualquer fase da tuberização e/ou enchimento, porém, é mais significativa quando os tubérculos estão próximos à maturidade.
Além das culturas citadas anteriormente, os grupos de anastomose de R. solani associados à cultura da batata podem também afetar plantas invasoras como: joá-de-capote (Nicandra physaloides L.), beldroega (Portulaca oleracea L.), caruru (Amaranthus deflexus L.) e maria pretinha (Solanum americanum L.).
Diferentes medidas de controle para limitar a severidade da doença.
Uso de fungicidas registrados no sulco de plantio/amontoa.
Vários produtos foram desenvolvidos especificamente para o controle da rizoctoniose. Em geral, esses promovem incrementos na germinação, no vigor das plantas, no rendimento e na qualidade dos tubérculos. O uso de fungicidas deve seguir todas as recomendações do fabricante quanto à dose, volume, momento da aplicação, intervalo de segurança, uso de equipamento de proteção individual (EPI), armazenamento e descarte de embalagens etc. Para evitar a ocorrência de resistência a fungicidas recomenda-se que fungicidas específicos (sistêmicos) sejam utilizados de forma alternada ou formulados com produtos inespecíficos (contato); que se evite o uso repetitivo de produtos com o mesmo mecanismo de ação; e que não se façam aplicações curativas em situações de alta pressão de doença.
Quadro 1 - Fungicidas registrados no Brasil para controle da rizoctoniose da batata
Fungicida | Grupo químico | Mobilidade na planta | Modo de ação | Época de aplicação | Risco de resistência |
fluazinam | dinitro-anilina | contato | desacoplador da fosforilação oxidativa | sulco de plantio e amontoa | baixo |
piraclostrobina + metiram | estrobilurina+ ditiocarbamato | mesostêmico/ contato | inibição da respiração Complexo III | sulco de plantio | alto/baixo |
fludioxonil | fenilpirrole | translaminar | transdução do sinal | tratamento de semente e sulco de plantio | baixo a médio |
pencicuron | feniluréia | contato | divisão celular | tratamento de semente | desconhecido |
flutolanil | fenil-benzamida | sistêmico | inibição da respiração | tratamento do sulco de plantio | médio a alto |
trifluzamida | carboxanilida | sistêmico | inibição da respiração Complexo II | tratamento de semente ou sulco de plantio | médio |
procimidona | dicarboximida | translaminar | transdução do sinal | tratamento do sulco de plantio | médio a alto |
Fungicida
Grupo químico
Mobilidade na planta
Modo de ação
Época de
aplicação
Risco de resistência
fluazinam
dinitro-anilina
contato
desacoplador da fosforilação oxidativa
sulco de plantio e amontoa
baixo
piraclostrobina + metiram
estrobilurina+ ditiocarbamato
mesostêmico/
contato
inibição da respiração Complexo III
sulco de plantio
alto/baixo
fludioxonil
fenilpirrole
translaminar
transdução do sinal
tratamento de semente e sulco de plantio
baixo a médio
pencicuron
feniluréia
contato
divisão celular
tratamento de semente
desconhecido
flutolanil
fenil-benzamida
sistêmico
inibição da respiração
tratamento do sulco de plantio
médio a alto
trifluzamida
carboxanilida
sistêmico
inibição da respiração Complexo II
tratamento de semente ou sulco de plantio
médio
procimidona
dicarboximida
translaminar
transdução do sinal
tratamento do sulco de plantio
médio a alto
Agrofit (10/6/2014) Frac (www.frac.info)
Importância da batata
Alimento universal, a batata (Solanum tuberosum L.) possui excelente valor nutritivo, sendo importante fonte de energia, vitaminas e minerais. A bataticultura tem grande importância econômica e social no cenário agrícola brasileiro, possuindo alto nível tecnológico, características empresariais bem definidas e presença marcante na agroindústria.
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