O agricultor como peça central das estratégias das empresas

Um dos métodos que auxiliam as empresas a mensurarem a visão que o cliente tem de sua marca é o Net Promoter Score (NPS), índice criado por uma consultoria americana

22.05.2018 | 20:59 (UTC -3)

Durante anos, o desenvolvimento de tecnologias no agronegócio era focado apenas na qualidade e no custo do produto, sem levar em consideração a opinião de quem realmente as utiliza. Com o tempo, as empresas que atuam no campo começaram a entender a importância de saber o que faz diferença para o produtor e passaram a focar seus esforços em inovações que satisfaçam suas necessidades. A partir disso, o “Foco no Agricultor” tornou-se parte importante da estratégia dessas empresas.

Escutar o cliente é essencial e faz parte de um ciclo. Primeiro, precisamos entender o que ele precisa para, em seguida, desenvolver soluções que atendam a estas necessidades. Depois de entregarmos o produto, precisamos medir seu nível de satisfação e dar início novamente ao ciclo. Um dos métodos que auxiliam as empresas a mensurarem a visão que o cliente tem de sua marca é o Net Promoter Score (NPS), índice criado por uma consultoria americana.

Mais do que medir a satisfação do cliente, o índice identifica a propensão de ele indicar a marca para outra pessoa. Ao escutar o consumidor, conseguimos entender os pontos altos e baixos de suas experiências, o que pode auxiliar a empresa a desenhar planos de ações mais assertivos. Estudos mostram que o crescimento do índice de NPS de uma empresa ou de uma marca está fortemente relacionado ao seu crescimento futuro.

Mas como empresas que atuam no agronegócio podem usar isso a seu favor? Uma boa tática é utilizar NPS – com base na opinião do cliente, neste caso, o agricultor - para montar um cenário que mostre “onde estamos” e “onde queremos checar”. Com isso, é possível mapear os atributos da marca que já são reconhecidos pelo produtor e levantar os pontos que precisam ser trabalhados para se chegar a um nível de excelência. A partir desse diagnóstico, o próximo passo é criar um plano de ação focado em melhorar as questões apontadas pelo cliente, sem se esquecer de utilizar o que de bom foi citado por ele.

Não há uma receita pronta e as ações podem variar de acordo com o perfil de cada empresa, mas existem alguns pontos que devemos levar em consideração ao pensarmos nos projetos e campanhas que criamos. Em primeiro lugar, juntar diferentes áreas da companhia no planejamento pode deixar a estratégia mais efetiva. Por exemplo, o time técnico, para o desenvolvimento de tecnologias, o comercial dará o suporte na estratégia de vendas e o marketing guia o melhor caminho para fazer tudo isso chegar ao cliente da melhor forma possível.

Outro ponto importante é atingir também os parceiros, que mais do que distribuírem os produtos da empresa, passam as mensagens da marca diretamente ao agricultor. Por fim, algo essencial é sempre aprimorar meios que deem assistência ao produtor no campo, de forma que ele tenha todas as suas necessidades atendidas e consiga melhorar seus resultados, afinal, não podemos esquecer que o êxito de uma empresa só é alcançado se o cliente também tiver sucesso.


Por Giovana Oliveira, formada em Administração pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com especialização em Ciências do Consumo Aplicadas pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Líder de Posicionamento de Marcas para Soja e Proteção de Cultivos da Monsanto para a América do Sul.

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