Manejo de plantas daninhas em café

Herbicida pré-emergente apresenta bom desempenho no manejo de daninhas resistentes ou de difícil controle na cultura do café

12.04.2021 | 20:59 (UTC -3)

Herbicida pré-emergente apresenta bom desempenho no manejo de plantas daninhas resistentes ou de difícil controle na cultura do café, como buva, amargoso, braquiária, capim-pé-de-galinha, corda-de-viola e leiteiro.

As plantas daninhas interferem diretamente na cultura do café, competindo por água, luz, nutriente e espaço. Essa concorrência ocorre durante a fase de estabelecimento (muda), estendendo-se por todo o ciclo produtivo. Culturas que cobrem toda a superfície do solo como soja e milho, por exemplo, apresentam um período total de interferência específico, concentrando o controle em alguns estádios da cultura. O café, por ser perene, cultivado em espaçamentos maiores, demanda um controle de plantas daninhas em vários períodos do ano.

O controle de plantas daninhas no café se intensifica nos períodos mais quentes e com maior precipitação, condições ideais para o desenvolvimento do café e também de plantas daninhas. Algumas das formas de manejo utilizadas por cafeicultores são controlar quimicamente as plantas daninhas na linha de plantio (saia do café) e o controle mecânico na entrelinha. Esse método pode se estender até próximo à colheita, período em que é recomendado eliminar todas as plantas daninhas para facilitar essa operação.

O glifosato é um dos herbicidas mais utilizados para o controle de plantas daninhas no café. Dentre as características desse herbicida, estão, amplo espectro de controle, controle de plantas perenizadas, custo e seletividade por posicionamento (jato dirigido), além disso, ele não possui efeito residual no solo. Um dos desafios para o uso dessa tecnologia é o crescente número de plantas resistentes a essa solução.

O herbicida não é capaz de causar a resistência nas plantas, no entanto atua na pressão de seleção. Sendo assim, o uso repetitivo da mesma tecnologia proporciona a seleção de biotipos, que apresenta algum grau de resistência. Plantas como buva (Conyza spp), capim-amargoso (Digitaria insularis) e capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) já apresentam resistência ao glifosato, dificultando o manejo dessas plantas daninhas. Sabe-se que são realizadas em média de três a quatro aplicações de pós-emergência na cultura, favorecendo, desta forma, a pressão de seleção de espécies resistentes e utilizando um grande número de máquinas para essas operações, o que ocasiona um aumento no custo de produção.

Alternativa para o problema de resistência é o uso de herbicidas pré-emergentes com diferentes mecanismos de ação, controlando essas plantas antes da emergência. Outro fato relacionado é que esses herbicidas apresentam efeito residual, possibilitando diminuir o número de entradas na área, reduzindo assim o custo de aplicação. Um dos desafios do uso de herbicidas pré-emergentes na cafeicultura é o entendimento sobre a dinâmica no ambiente. Diferentemente de herbicidas aplicados em pós, fatores do solo como pH, teor de argila/areia, matéria orgânica e características físico-químicas do herbicida como solubilidade, pka, meia-vida e koc, influenciam diretamente na eficácia de controle e seletividade dessas tecnologias.

O herbicida Falcon chega ao mercado para o controle de plantas daninhas em pré-emergência. O produto apresenta algumas características como seletividade para a cultura, podendo ser aplicado em estádios iniciais até cafezais em produção plena, tendo amplo espectro de controle, principalmente para plantas resistentes ou de difícil controle como buva, amargoso, braquiária, capim-pé-de-galinha, corda-de-viola, leiteiro, entre outras. Uma das vantagens da associação das tecnologias é o efeito sinérgico da mistura formulada, sendo o controle de folhas estreitas amplificado na mistura, quando comparado aos ativos isolados, e o excelente controle em folhas largas.

Para o manejo de plantas daninhas no café devem ser adotados métodos integrados de controle. O herbicida glifosato é uma tecnologia que pode ser utilizada juntamente com o Falcon para o controle de plantas daninhas antes da colheita. Desta forma, o cafeicultor pode antecipar o controle e garantir o efeito residual do Falcon. Outro posicionamento é a utilização do Falcon na entrelinha de plantio para o controle de plantas em pré-emergência, assim minimizando os custos de aplicação ou controle mecânico na entrelinha.

Em estudos realizados, este herbicida se mostrou capaz de transpor a camada de palha de milho (6t/ha), podendo ser aplicado diretamente sobre a palha, sendo necessária chuva de 50mm para fazer a transposição acima de 60% da dose aplicada para o solo, onde o herbicida tem seu efeito. Outro estudo realizado foi em serapilheira (camada que fica acima do solo e é formada por restos de folhas, galhos, frutos e demais partes vegetais), onde se observou um comportamento muito estável quanto à liberação do produto ao solo, em camadas de 15t/ha e 30t/ha. Trata-se de um excelente resultado, quando avaliamos os demais herbicidas do mercado.

Com Falcon é necessário evoluir no entendimento da dinâmica de herbicida no ambiente, dinâmica em palha e em cobertura viva e trabalhar na conscientização do cafeicultor de como funciona a tecnologia e como ele pode utilizá-la. O Falcon traz benefícios para o cafeicultor em ganho de controle, flexibilidade de uso, manejo de plantas resistentes, entre outros, possibilitando uma ampliação nas ferramentas de manejo.

 

Pesquisadores da Renove Agropesquisa, Dr. Renan Fonseca Nascentes e Dr. Plinio “Saulo” Simões

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