Uso de Magnésio no complemento da adubação
Como ajustar o manejo para aumentar a eficiência de uso e o seu resultado na produtividade e qualidade das culturas
Imagine que você está dirigindo seu Fiat Uno 1.0 num deserto em pleno verão. Lá fora está fazendo uns 39℃ e não tem uma única nuvem no imenso céu azul. Tirando o preto do asfalto, todo o resto é branco das árvores e das pedras ou amarelo do chão e da poeira. Alguns bodes pastam pelas beiradas da pista e cactos “empoeirados” reinam imponentes na paisagem. Mas, de repente: um rio, uma ponte e um gigantesco pomar com banana, goiaba, acerola, coco, manga, uva, mamão, entre outros.
Se você conseguiu visualizar tudo isso, parabéns! Você já tem uma ideia do que é chegar à Petrolina (PE) ou Juazeiro (BA), no Vale do São Francisco (VSF), em plena caatinga do sertão em meados de setembro. Se não conseguiu, eu o convido a vir conhecer com seus próprios olhos a beleza da fruticultura irrigada no sertão.
Parece assustador a princípio, chega a ser chocante, um lugar tão seco permitir o desenvolvimento de tantas plantas dos mais variados tamanhos, folhagens e frutos. Mais chocante ainda é descobrir que todas elas estão sendo alimentadas por pequenas gotas ao longo de todo o dia. Isso tudo ilustra o que as pessoas sentem (eu me incluo nelas) e chamo de “mágica da irrigação por gotejamento”.
Se você não conhece ainda a tecnologia de irrigação por gotejamento, vou tentar explicar como funciona da mesma maneira como ela foi descoberta. Imagine um vazamento minúsculo em uma tubulação que passa por perto de uma árvore e deixa cair algumas gotas de água próximas a ela. Só por esse simples fato, esta árvore será mais exuberante que outras próximas a ela, mas vamos mais adiante.
Na água dessa tubulação também tem nitrogênio, fósforo, potássio e outros minerais dissolvidos. Só com as gotas de água ela já passaria a ficar bastante verde e até poderia florir, mas com baixa produção. Recebendo água com os minerais (nutrientes para as plantas), não só ficou verdíssima e floriu, como produziu tanto quanto não se achava possível naquele lugar.
Isso foi o que aconteceu com a uva há alguns anos quando chegou ao nordeste do Brasil. Com o grande trabalho de produtores, em conjunto com a EMBRAPA semiárido, foram desenvolvidas variedades mais adaptadas, melhorias das técnicas de manejo e eficiência dos sistemas de irrigação e graças a isso tornou-se possível o cultivo de frutíferas de alta produtividade. Aqui existe sazonalidade, mas a produção de frutas não para! São 12 meses por ano colhendo mangas das mais variadas (Keitt, Kent, Tommy, Palmer), uvas (Cotton Candy, Sweet Globe, Vitória, Itália), entre outras. No caso da uva são 2 colheitas por ano (5 colheitas em 2 anos muitas vezes).
E com a ajuda da tecnologia de irrigação por gotejamento, juntamente com todas as outras que mencionei anteriormente, as produtividades dessas culturas aumentam a cada ano. A manga alguns anos atrás alcançava 20 t/ha (e era uma beleza!), hoje estamos falando em 40 t/ha. A uva hoje, além de produzir mais de 2 safras por ano, atinge produtividades de 20 t/ha/safra.
Isso porque lá atrás, os produtores e pesquisadores não se satisfizeram com aquela gota de água que caía perto de cada planta. Eles buscaram a informação e a tecnologia da Nutrirrigação da Netafim em Israel para alcançar produtividades maiores a custos menores. Antes, a aplicação era feita em grandes quantidades de fertilizantes via sistema de irrigação a cada 15 ou 30 dias (fertirrigação). Essa técnica deu lugar a aplicações mínimas diárias (ou quase diárias) de fertilizantes via sistema de irrigação por gotejamento, por sua característica exclusiva de baixíssima vazão (pequenas gotas), 1 a 2 litros de água por hora, o que revolucionou os resultados.
Glayton Rocha, especialista agronômico, Netafim Brasil
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