Para ajudar na compreensão da caixa de câmbio, vamos traduzir os termos mais importantes e utilizados, já que é muito comum a utilização de palavras inglesas em sua denominação (quadro 1 -
). Depois, veremos se ficam mais compreensíveis.
A partir do momento em que temos estas traduções, começamos a fazer combinações com elas, baseando-se na palavra CÂMBIO, para a qual podemos escolher:
• Shift;
• Split;
• Shuttle (para o inversor).
Como a tendência atual é para câmbio em carga, posso pôr POWER (transmitindo potência) ou DYNA (transmitindo força, que é a mesma coisa). Recordemos que os instrumentos que servem para medir força são os DINAmômetros. Se quisermos destacar como é o inversor, fazemos a mesma coisa baseando-se em SHUTTLE, ao que também podemos adicionar Power ou Dyna. Para introduzir alguma variação, podemos tomar como base SPLIT, que também quer dizer caixa de câmbio ou caixa de escalonamentos, já que ao trocar se produz um salto ou degrau. Durante muito tempo se quis destacar que a caixa era sincronizada e por isto utilizamos o Synchro, mas também qualquer um dos qualificativos que expressem uma possível qualidade ou distintivo:
• Full;
• Automatic;
• Electronic;
• Dual;
• Twin;
• Termos do fabricante.
Ou, mais simplesmente, usemos speed, que, tratando-se da caixa de câmbio, sempre serve.
Sem pretender fazer uma análise exaustiva de todas as combinações possíveis, no quadro 2 aparecem as mais empregadas nas designações da caixa de câmbio.
No quadro 3, sem pretender fazer uma varredura completa em todas as bases de dados do tema, aparecem diversas denominações empregadas por fabricantes de tratores para suas caixas de câmbio. Além disto, para evitar problemas, começo por dizer que se dividiram os termos comerciais para colocar em evidência as associações das palavras antes citadas.
Agora chegam com força as transmissões CVT. Primeiro foi a VARIO, da FENDT, depois a HM8, da CLAAS, que não chegou a toda Europa porque o veículo que a equipava, o Xerion, não se comercializa em todos os países. Recentemente, a S-Matic, da STEYR e CASE e, por último, a ZF-Ecom, desenvolvida por JOHN DEERE e o Agrotron TTV, da DEUTZ.
Como foi colocado no quadro de traduções, CVT significa Transmissão de Variação Contínua, de maneira que o número de relações de câmbio é infinito. Daí o nome em inglês - Step-less transmission ou Transmissão sem escalonamentos.
Há dois tipos de transmissões CVT, as baseadas em variadores de correias/correntes, com gargantas variáveis e as que se baseiam em dividir a potência. As de variadores de correias são as que equipam os carros de passeio. Todas as empregadas em tratores agrícolas estão baseadas no sistema de DIVIDIR (SPLIT) a potência do motor em duas partes, uma mecânica e outra hidrostática, que é a que produz a variação contínua, como ocorre nas colhedoras. Por isto, se pode também chamá-las transmissões HM (MECÂNICA-HIDROSTÁTICA) ou hydro-mechanical POWER SPLITTING TRASMISSIONS, que traduzido ficaria: Transmissão com divisão mecânica-hidrostática da potência.
Pode-se dividir a potência e, depois, voltar a juntá-la. A Transmissão VARIO da FENDT, para dividir a potência emprega uma planetária, em que chega um eixo e depois saem dois - um para a parte mecânica e outro para a hidrostática, voltando a juntar-se no eixo somador. O sistema de planetária é divisor.
De modo contrário, a caixa S-MATIC, da STEYR e CASE, e a ZF Ecom, da JOHN DEERE e AGROTRON TTV, da DEUTZ empregam um sistema com o mesmo princípio, isto é, são HM, mas neste caso a potência se divide primeiro e, depois, se juntam as duas partes da potência no sistema planetário que seria, então, somador.
Pilar Linares,
Departamento de Engenharia Rural,
Universidade Politécnica de Madrid, Espanha
Tradução:
Fernando Schlosser
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