Manutenção de máquinas agrícolas após enchentes: procedimentos e cuidados essenciais
Por Bruno Pianca, gerente de serviços AGCO
Não é novidade que o mercado de bioinsumos cresce muito mais do que outras categorias de produtos a cada safra. Mas as perspectivas para 2024 se mantém no patamar dos últimos? O que diversas consultorias trazem é que o mercado deve sim crescer, e um dos fatores que deve influenciar esse crescimento é a maior demanda por uma produção sustentável.
É sabido que o mundo precisa de mais alimentos e está evidente que também precisa de uma produção cada vez mais sustentável. A boa notícia é que produção de alimentos e sustentabilidade podem conviver muito bem juntos e o uso de bioinsumos é um exemplo concreto disso.
O movimento que percebemos nos últimos anos é de um produtor cada vez mais curioso e aberto à utilização de produtos biológicos, o que vem impulsionando um crescimento que espanta alguns especialistas.
De acordo com o relatório FarmTrak, divulgado pela Kynetec, durante a safra 2021/2022, houve um avanço de 67% na venda de bioinsumos. Duas safras atrás, consultores da área já apontavam um grande interesse do produtor rural, que entrava em uma fase de experimentação. Duas safras depois, o que vemos ainda é mais do uma grande ‘taxa’ de experimentação, mas um mercado muito mais difundido no setor.
Um reflexo do aumento é visto na movimentação da própria indústria. Hoje, praticamente todas as grandes empresas fabricantes de insumos tem uma divisão dedicada a biológicos, muitas delas entraram no jogo via M&A. No final do ano passado, testemunhamos a compra de uma fabricante de bioinsumos por R$ 2,8 bilhões. Algo inédito, até então. Com o mercado aquecido, notícias como essas devem se tornar mais comuns.
Todos querem uma fatia do mercado de bioinsumos por diversas razões. Uma delas é que é um mercado seguro em diferentes frentes: econômica, produtiva e sustentável. Diante de crises de abastecimento, impulsionadas por guerras e conflitos internacionais, uma produção e distribuição nacional de produtos, por exemplo, reduz custos e mantém a economia aquecida. Isso também vale para o OnFarm, uma outra ‘vertente’ da produção biológica de insumos.
Outro indicativo do aumento da procura é a busca por profissionais especializados nessa área, sejam pesquisadores ou consultores de venda. Mão de obra especializada é uma discussão antiga no agronegócio, e não seria diferente nesse caso. Quem tem essa força de trabalho, investe pesado em retenção de talentos, e quem não tem, busca formar e reter.
Ainda há um longo caminho a percorrer, já que é um mercado relativamente novo. Até mesmo as nossas legislações estão se adequando para receber essa alta demanda e rápido crescimento. Mas podemos esperar que 2024 trará ainda mais novidades e surpresas (positivas) dentro desse segmento. Os bioinsumos são e continuarão sendo a tendência da década no agronegócio.
*Por Ruy Cunha (na foto), CEO da Lavoro
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