O desafio do combate dos percevejos
Percevejos são responsáveis por diversos danos à cultura da soja com ataque a ramos, hastes, vagens e prejuízos aos grãos e é preciso critério e racionalidade para vencer a guerra
Nos últimos anos a colheita de cana-de-açúcar tem passado por uma fase importante de substituição do corte manual pelo mecanizado devido aos fatores de escassez de mão de obra, para melhorar as condições de trabalho e para diminuir o impacto ambiental. O fator mão de obra se deve ao elevado custo de encargos trabalhistas no Brasil e a escassez de trabalhadores para atender a demanda da produção canavieira no País. Já o fator ambiental deve-se à legislação imposta para eliminação da queima da palha da cana-de-açúcar, diminuindo com isso os efeitos maléficos dessa prática, tanto para o solo como para o meio ambiente, deixando o palhiço como cobertura vegetal, devendo, posteriormente, parte (normalmente 50%) ser retirada para produção de bioenergia.
Considerando-se todas as etapas do sistema produtivo canavieiro, a colheita, junto com o transporte da matéria-prima até a unidade industrial, representa cerca de 30% de todos os custos operacionais envolvidos ao longo da cultura. Estas são as principais razões motivadoras dos grandes avanços ocorridos nas últimas décadas nos sistemas mecanizados de colheita de cana-de-açúcar.
A mensuração da quantidade de combustível consumida é um dos mais importantes aspectos da avaliação do rendimento de uma colhedora, que depende muito da forma como o operador realiza as operações. Neste trabalho, foi avaliada a influência dos equipamentos de limpeza (cortadores de ponteiro, tradicional e com triturador e extrator secundário ligado e desligado) no consumo de combustível de colhedoras de cana-de-açúcar, visando orientar a forma de operação da máquina para aumentar o rendimento nas operações de colheita.
O experimento foi conduzido na Usina Santa Cândida, do grupo Tonon Bioenergia, localizada no município de Bocaina, São Paulo. Foram utilizadas duas colhedoras de cana-de-açúcar: Case A7700 com cortador de pontas tipo triturador e Case A8800 com dispositivo cortador de pontas tradicional, em quatro condições:
CONDIÇÃO | DESCRIÇÃO | SIGLA |
1 | Cortador de pontas e extrator secundário ligados | CPL,ESL |
2 | Cortador de pontas desligado e extrator secundário ligado | CPD,ESL |
3 | Cortador de pontas ligado e extrator secundário desligado | CPL,ESD |
4 | Cortador de pontas e extrator secundário desligados | CPD,ESD |
CONDIÇÃO
DESCRIÇÃO
SIGLA
1
Cortador de pontas e extrator secundário ligados
CPL,ESL
2
Cortador de pontas desligado e extrator secundário ligado
CPD,ESL
3
Cortador de pontas ligado e extrator secundário desligado
CPL,ESD
4
Cortador de pontas e extrator secundário desligados
CPD,ESD
Para a medição do consumo horário de combustível foram utilizados dois fluxômetros volumétricos, um instalado entre os filtros e a bomba injetora do motor da colhedora e o outro no retorno do combustível ao tanque. O consumo real foi calculado pela diferença entre os valores dos pulsos gerados pelos fluxômetros, os quais eram emitidos ao sistema de aquisição de dados, instalado na cabine da colhedora, com a frequência de um pulso a cada 10ml de combustível que passava pelo sensor.
Para aquisição e acompanhamento dos sinais obtidos pelos sensores instalados no sistema de alimentação de combustível utilizou-se um controlador lógico programável (CLP), permitindo a leitura e o armazenamento dos sinais enviados pelos sensores. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de comparação de médias de Tukey a 5% de probabilidade de erro. O cálculo do consumo horário foi realizado utilizando a equação 1.
O uso do extrator secundário aumentou o consumo da colhedora equipada com dispositivo cortador de pontas tipo triturador em 3,7L/h, enquanto na colhedora com cortador de pontas tradicional houve um decréscimo de 0,6L/h; porém, estes valores não foram estatisticamente significativos para ambos os casos.
Tabela 1 - Resultado do teste de Tukey a 5% para consumo horário
Colhedora | Condição | Consumo Horário (L/h) |
A7700 (Cortador de pontas com triturador) | (CPL,ESL) | 54,2 c |
(CPD,ESL) | 45,5 ab | |
(CPL,ESD) | 47,9 b | |
(CPD,ESD) | 41,8 a | |
A8800 (Cortador de pontas tradicional) | (CPL,ESL) | 57,5 a |
(CPD,ESL) | 55,9 a | |
(CPL,ESD) | 57,4 a | |
(CPD,ESD) | 56,5 a |
Colhedora
Condição
Consumo Horário (L/h)
A7700 (Cortador de pontas
com triturador)
(CPL,ESL)
54,2 c
(CPD,ESL)
45,5 ab
(CPL,ESD)
47,9 b
(CPD,ESD)
41,8 a
A8800 (Cortador de pontas
tradicional)
(CPL,ESL)
57,5 a
(CPD,ESL)
55,9 a
(CPL,ESD)
57,4 a
(CPD,ESD)
56,5 a
A utilização do cortador de pontas tipo triturador resultou no aumento de 14,6% no consumo horário de combustível da colhedora (6,1L/h); porém, quando ligados, simultaneamente, o cortador de pontas com o triturador e o extrator secundário, o aumento no consumo foi de 29,7%.
Na colhedora A8800 o consumo de combustível aumentou 1,6% com o cortador de pontas tradicional acionado e aumentou 1,8% quando este mesmo dispositivo foi utilizado ligado simultaneamente com o extrator secundário; porém, estes acréscimos não foram estatisticamente significativos.
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