A podridão é branca

Doença causada pelo fungo Botryosphaeria dothidea é problema sério em Santa Catarina. Ataca grande número de espécies de plantas ornamentais e frutíferas, como macieira, pereira, pessegueiro, nectarineiras, ameixe

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

O Cancro de Botryosphaeria é também chamado de Podridão Branca, sendo causado pelo fungo

, (MOUG. Ex. fr.) Ces. And de NOT. Ataca grande número de espécies de plantas ornamentais e frutíferas, como macieira, pereira, pessegueiro, nectarineiras, ameixeiras e mirtilo, entre outras.

Os sintomas iniciais são depósitos de goma, observados geralmente no tronco, entre o colo da planta e o ponto de ramificação das pernadas, na segunda ou terceira estação de crescimento. Quando a casca abaixo da goma é removida, observa-se pequena lesão de cor marrom, úmida e gomosa. Esta necrose avança lentamente na porção lenhosa da planta. Em plantas mais velhas, ataca também os ramos e, em algumas espécies, os frutos.

No pessegueiro, a doença provoca numerosos depósitos de goma, no tronco, pernadas e ramos, que exsuda através das lenticelas. É importante considerar que bactérias, insetos, danos mecânicos e outros fungos, também podem produzir exsudação de goma. Assim, há necessidade de fazer isolamento em laboratório, para confirmação da Botryosphaeria.

Em macieiras, as lesões nos frutos são notadas de 4 a 6 semanas antes da colheita, embora a infecção possa ter ocorrido no início da estação de crescimento. As lesões iniciam pequenas, circulares, levemente afundadas, de cor marrom, podendo ter um halo avermelhado ao redor. Os cancros nos troncos e ramos começam em torno das lenticelas, como lesões afundadas e avermelhadas. Os ramos grossos podem morrer ao se desenvolverem vários cancros, circundando-os.

O fungo ataca as plantas durante o ciclo vegetativo e permanece durante o inverno nos cancros e nos frutos mumificados. No início da primavera, durante as chuvas, ou logo após, ocorre a liberação dos esporos, que são espalhados para os ramos novos. Não sendo controlada, a doença pode comprometer os ramos de produção, causando sérios prejuízos.

Na zona produtora de pêssegos de Pelotas (RS), a doença está presente, mas sem maior gravidade para os pomares. Já em Santa Catarina, na região produtora de maçãs, é problema bastante acentuado.

O controle da

é difícil, mas algumas medidas culturais e tratamentos químicos podem evitar danos sérios às plantas. No inverno, é necessário pulverizar com produto à base de cobre. Os restos de poda devem ser retirados do pomar e queimados. Ao podar ramos mais grossos, deve ser feita a proteção dos cortes com pasta bordalesa.

No final do inverno/início da primavera, pulverizar com produtos indicados pela assistência técnica. Os princípios ativos Procimidone e Tebuconazole são eficientes.

Joel F. Fortes

Embrapa Clima Temperado

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