Wasde: Hedgepoint analisa as principais tendências para soja, milho e trigo

Em agosto, o USDA trouxe atualizações em relação aos números dos Estados Unidos

13.08.2024 | 14:26 (UTC -3)
Luciana Minami

Soja: USDA confirma pequena correção nos Estoques Finais dos EUA

Neste mês, o USDA trouxe algumas atualizações interessantes em relação aos números dos EUA. A Hedgepoint Global Markets analisa os resultados em relatório.

“O USDA elevou o número da safra 24/25 dos EUA de soja para um recorde de 124.9 M mt, superando as expectativas dos analistas e a previsão do mês passado. A mesma situação aconteceu com os Estoques Finais, que é projetado em 12.5 Mt/ ha, bem superior aos 12.6 Mt/ ha esperados e ao número do mês anterior. Finalmente, o rendimento por acre chegou a 1.44 Mt/ha, 0.03 Mt/ha acima do relatório anterior”, diz Ignacio Espinola, analista de Grãos da Hedgepoint.

Agosto é o mês mais importante para o desenvolvimento da safra de soja, e os traders monitorarão de perto o clima no Centro-Oeste dos EUA, que até agora se espera que seja amplamente benéfico.

“Do lado sul-americano, não há tantas coisas que valham a pena ser mencionadas. Em relação à safra 23/24, o número da Argentina foi reduzido mais uma vez em 0,5 M mt, deixando um número final em 49 M mt, o que concordamos, e o número de produção do Brasil permaneceu inalterado, em 153 M mt”, pontua.

Milho: produção de milho dos EUA está em linha com as expectativas do mercado

Do lado dos EUA, houve um aumento na produtividade do milho para 183,1 bu/acre (4,65 Mt/ha) seguido de uma redução na área plantada que não afetou muito os estoques finais e o número total de produção.

“Ainda assim, uma produção de 384.7 M mt representa a terceira maior safra de milho da história dos Estados Unidos”, destaca o analista.

“Na América do Sul, e como dito no nosso relatório Pré-WASDE, esperávamos algum ajuste na produção argentina. O relatório reduziu a leitura da Argentina em 2 M mt, deixando uma produção total em 50 M mt, ainda achamos que há espaço para redução até 46,5 M mt que, em nossa opinião, é o número mais realista”, afirma.

Parece que o USDA está demorando algum tempo e ajustará o número final lentamente nos próximos relatórios, já que tem cortado entre 2-1 M mt a cada mês.

“Do lado do Brasil, o relatório veio inalterado. Lembremos que o número da CONAB estava mais próximo de 116 M mt e o nosso número permanece em 119 M mt para a produção 23/24 de milho do Brasil”, aponta Ignacio.

E conclui: “Resumindo, devemos ver um mercado neutro a ligeiramente altista, considerando os ajustes observados neste relatório. Os fundos ainda estão em baixa e parece que o mercado tem muita atuação no lado do milho”.

Trigo: sem atualizações da Europa, tom ainda é baixista trazendo oportunidade para a demanda

Como esperado, o USDA não trouxe muitas novidades para o trigo. Do lado dos EUA, há uma redução nos estoques finais de 0.8 M Mt deixando um número final em 22.5 M Mt. Do lado da produção, também houve um ajuste deixando a safra dos EUA em 53.9 M mt versus 54.7 M mt.

“A preocupação com a produção europeia e especialmente com a francesa (potencialmente, a pior colheita em 41 anos) é o que o mercado está monitorando. Além disso, as boas notícias sobre o último leilão GASC, em que o governo egípcio lançou o seu maior leilão da história para 3,8 M mt em posições diferidas (outubro de 2024 a abril de 2025) podem trazer algumas ideias sobre a curva futura dos preços”, acredita.

Para concluir, este foi um relatório neutro a ligeiramente otimista para o trigo, enquanto aguardamos a confirmação das estimativas de colheita da Europa.

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