Visita de presidenciáveis evidencia reconhecimento ao agronegócio

A visita à Farsul dos três candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto à Presidência da República – Aécio Neves, Dilma Rousseff e Marina Silva – demonstra o reconhecimento que os postulantes ao cargo têm da importância do agronegócio. O presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, celebrou o diálogo com os presidenciáveis e ratificou as disposições do comunicado oficial da CNA sobre eleições. Na carta, a entidade manifesta neutralidade, afirma que está acompanhando as manifestações dos candidatos e disposta ao diálogo com eles. “Estamos gratificados, porque cada candidato chegou à sua maneira na casa da Farsul e saiu satisfeito, assim como nós”, disse Sperotto.

Segundo o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, a reunião com Marina Silva ocorreu a portas fechadas para público e imprensa, porque se trata da candidata cujos compromissos com relação ao agronegócio eram menos conhecidos dos produtores gaúchos. Ela foi questionada sobre segurança jurídica e direito de propriedade, produtividade e reforma agrária, código florestal, competitividade, transgênicos e perfil do novo ministro. Disse que trataria a propriedade conforme a Constituição, afirmou ser contra o Proposta de Emenda Constitucional que passa para o Congresso palavra final sobre demarcação de terras indígenas, mas disse que as demarcações deveriam ser um processo finito, prometeu cumprir as determinações do Código Florestal apesar de ter sido contra a redação final, defendeu coexistência de transgênico e convencional e afirmou que, se eleita, seu ministro deve ser um profissional que conheça agricultura e tenha respeito na área.

Já Dilma Rousseff fez uma passagem mais informal na Farsul, quando conversou descontraidamente com Sperotto, Pereira e o superintendente do Senar-RS, Gilmar Tietböhl. Destacou a parceria que o governo atual tem encontrado junto à CNA e ao Senar em projetos como o Pronatec, operacionalizado pelo Sistema S. Ela ainda disse que compraria carne gaúcha no açougue em Porto Alegre, antes de voltar a Brasília e que o “problema (da carne gaúcha) é que você come e depois não aceita outra”.

Aécio, outro candidato cujas ideias relativas ao agronegócio já eram conhecidas pelos produtores, também elogiou a carne gaúcha. Em almoço na Farsul, disse que aproveitaria para saborear a picanha, já que em outros estados normalmente não tinha acesso a um produto tão bom. Uma das propostas do candidato que mais agradaram aos presentes foi a unificação dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, uma das ideias defendidas por Sperotto no seu discurso na inauguração da Expointer. Aécio ainda prometeu a criação de um “super ministério da Agricultura”, com o ministro responsável pelo setor sem a tradicional dependência do Ministério da Fazenda.