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Pesquisadores chineses descobriram que os vírus Tomato chlorosis virus (ToCV) e Tomato yellow leaf curl virus (TYLCV) modificam de forma distinta o comportamento alimentar da mosca-branca (Bemisia tabaci). O estudo comparou o efeito de infecções simples e coinfecções em plantas de tomate e nos próprios insetos vetores.
Utilizando tecnologia de gráfico de penetração elétrica (EPG), a equipe analisou o tempo e a intensidade das sondagens da mosca-branca durante a alimentação.
Os resultados mostraram que, tanto em infecções isoladas quanto combinadas, os vírus interferem na capacidade da mosca-branca de se alimentar da seiva do floema, parte essencial para sua nutrição e para a transmissão viral.
Na presença do ToCV isolado, as moscas-brancas apresentaram redução significativa no tempo de ingestão de seiva do floema. O comportamento mudou quando as plantas estavam coinfectadas com ToCV e TYLCV.
Embora a ingestão também tenha diminuído, o tempo para alcançar o floema foi menor, indicando um estímulo inicial à alimentação, seguido de interrupção precoce.
Essa modulação mista sugere que a coinfecção favorece a disseminação viral. Ao estimular o início da alimentação e, ao mesmo tempo, reduzir o tempo de permanência, os vírus podem aumentar a movimentação do inseto entre plantas, o que amplia o alcance da infecção.
A pesquisa diferenciou os impactos diretos, observados em moscas-brancas virulíferas colocadas em plantas não infectadas, e os efeitos indiretos, percebidos quando insetos saudáveis alimentaram-se em plantas doentes.
Insetos infectados com ToCV ou com ambos os vírus demonstraram menor atividade de sondagem entre células. Além disso, o tempo entre a primeira sondagem e o acesso ao floema caiu pela metade nos insetos com co-infecção. Já o tempo total de ingestão de seiva caiu drasticamente nos indivíduos com os dois vírus.
Essas alterações indicam que os vírus podem modificar o comportamento da mosca-branca não apenas via planta hospedeira, mas também ao interagir diretamente com o organismo do inseto.
O estudo indica que infecções por vírus transmitidos de forma semipersistente, como o ToCV, favorecem estratégias que encurtam a alimentação e incentivam a dispersão do vetor. Já vírus persistentes, como o TYLCV, podem melhorar as condições da planta para aumentar a permanência da mosca-branca.
A combinação dos dois tipos de vírus parece explorar ambos os mecanismos: acelera o início da alimentação e reduz sua duração, promovendo a mobilidade do vetor.
As alterações comportamentais observadas também refletem mudanças fisiológicas nas plantas. Infecções por ToCV reduziram atratividade e palatabilidade para as moscas-brancas. Compostos voláteis produzidos pela planta infectada, como terpenos, foram associados à repulsão dos insetos.
Por outro lado, o TYLCV parece suprimir genes responsáveis pela produção desses compostos, tornando a planta novamente atraente. Na coinfecção, os dois vírus atuam em direções opostas, criando um cenário mais complexo e dinâmico de interação.
Outras informações em doi.org/10.3390/insects16111091
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