Inmet: previsão do tempo entre os dias 16 a 22 de dezembro
Informativo Meteorológico nº 48/2025 aponta para grandes volumes de chuva em diversas áreas do país
A estação mais quente do ano inicia neste domingo (21/12) no Hemisfério Sul e se estende até 20 de março de 2026. O verão é marcado pela maior incidência de radiação solar sobre o território brasileiro, favorecendo a elevação das temperaturas e a ocorrência de chuvas convectivas. De acordo com o prognóstico climático elaborado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em conjunto com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTec) e a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o trimestre janeiro, fevereiro e março de 2026 deve apresentar temperaturas acima da média histórica em praticamente todas as regiões do Brasil, além de um padrão de precipitações com forte variabilidade regional.
Na Região Norte, a previsão indica predomínio de chuvas acima da média climatológica em grande parte dos estados, favorecendo a manutenção de elevados níveis de umidade no solo. A exceção ocorre no sudeste do Pará e em todo o estado do Tocantins, onde os volumes podem ficar abaixo da média histórica. As temperaturas devem permanecer acima do padrão normal no Amazonas, centro-sul do Pará, Acre e Rondônia, com desvios que podem chegar a 0,5 °C ou mais, enquanto áreas mais ao norte, como Amapá e Roraima, devem registrar valores próximos da média.
Para a Região Nordeste, o cenário é mais preocupante. A previsão aponta chuvas abaixo da média climatológica na maior parte da região, com déficits que podem alcançar até 100 mm no trimestre, especialmente na Bahia, no centro-sul do Piauí e em áreas de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Em contrapartida, o centro-norte do Maranhão, o norte do Piauí e o noroeste do Ceará podem registrar volumes próximos ou acima da média. As temperaturas devem ficar acima do padrão histórico em toda a região, com desvios superiores a 1 °C em áreas da Bahia e do sul do Maranhão e do Piauí.
No Centro-Oeste, o prognóstico indica chuvas acima da média no oeste do Mato Grosso, condição favorável para a recomposição do armazenamento hídrico do solo. Em Goiás, por outro lado, predominam volumes abaixo da média climatológica, enquanto Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal devem registrar precipitações próximas da normalidade. As temperaturas devem permanecer acima da média em toda a região, com desvios de até 1 °C na faixa central.
A Região Sudeste deve enfrentar um verão com chuvas abaixo da média histórica, especialmente em Minas Gerais. Os maiores déficits são esperados para o centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte, com volumes até 100 mm inferiores à climatologia do trimestre. As temperaturas também tendem a ficar até 1 °C acima da média, aumentando o risco de elevação da evapotranspiração e redução da umidade do solo.
Já na Região Sul, a previsão é de chuvas acima da média histórica nos três estados, com destaque para o sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, onde os acumulados podem superar a média em até 50 mm no trimestre. As temperaturas devem permanecer predominantemente acima da climatologia, principalmente no oeste gaúcho, com desvios próximos de 1 °C.
As projeções indicam que o verão de 2026 deve ocorrer, majoritariamente, sob condições de neutralidade do fenômeno El Niño–Oscilação Sul (Enos), com baixa probabilidade de atuação da La Niña. Esse cenário favorece maior influência de sistemas atmosféricos regionais, como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e sistemas convectivos tropicais, resultando em uma distribuição irregular das chuvas pelo país.
Nas áreas da Região Norte, o excesso de precipitação tende a favorecer o desenvolvimento das culturas de verão, como soja e milho, que se encontram em fases vegetativas e início do florescimento, além de beneficiar pastagens e culturas perenes. Em contraste, no interior do Nordeste, especialmente no semiárido, a irregularidade das chuvas associada às temperaturas elevadas pode limitar o avanço do plantio e comprometer o desempenho das lavouras de sequeiro, exigindo maior atenção às práticas de manejo do solo e da água.
No Centro-Oeste, a previsão de chuvas dentro ou acima da média, sobretudo no norte do Mato Grosso, é considerada estratégica para sustentar o desenvolvimento da soja e do milho de primeira safra. Já no Sudeste, a combinação de chuvas abaixo da média e calor acima do normal tende a elevar o risco de estresse hídrico, principalmente em áreas com solos de menor capacidade de retenção de água.
No Sul do país, apesar das condições favoráveis ao desenvolvimento das culturas de verão, o excesso de umidade aliado às temperaturas elevadas pode aumentar a incidência de doenças fúngicas em lavouras ainda em campo, além de interferir pontualmente nas operações de colheita e no ritmo de plantio. Diante desse cenário, os especialistas reforçam a importância do monitoramento contínuo das condições meteorológicas e da adoção de estratégias de manejo ajustadas à variabilidade climática do verão 2025/2026.
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