É com a intenção de evitar prejuízos provocados pela ferrugem asiática, doença agressiva que ataca as lavouras de soja há cerca de 20 anos no Brasil e desde então provoca prejuízos bilionários, que o vazio sanitário existe. A medida também é aplicada na cultura de algodão, para o controle do bicudo, e no cultivo de feijão, para mosca-branca. O período, prestes a ser iniciado em algumas áreas brasileiras, é também ideal para a execução de manejos que auxiliam a proteção da produtividade da soja.
A medida para a soja ocorre em épocas diferentes do ano em cada região do Brasil, começando pelo estado do Paraná, por volta da primeira quinzena de junho. As microrregiões de Santarém, Almeirim, Óbidos, Itaituba e Altamira, todas localizadas no Pará, são as últimas a iniciar o vazio, no começo de outubro, segundo o calendário da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Lenisson Carvalho, especialista de grandes culturas da Ourofino Agrociência, ressalta que é importante realizar o vazio para a eliminação das plantas tigueras hospedeiras de pragas e doenças, de forma a reduzir os problemas futuros na região. “Evita-se, também, as penalidades impostas pelos órgãos de fiscalização, podendo, inclusive, gerar multas para os agricultores”.
Segundo Carvalho, a ferrugem asiática, principal alvo do vazio sanitário da soja, já foi responsável por reduzir até 90% da produtividade das lavouras. “Esse fator é preocupante, pois pode levar à redução da rentabilidade dos produtores, promover o endividamento e, inclusive, os levarem a ficar de fora da atividade”.
Por isso, o profissional dá dicas para ajudar a reduzir esse risco com o máximo aproveitamento desse período de vazio para a adoção de manejos, visando não só o controle de doenças, mas também de pragas e plantas daninhas. Estas, aliás, exigem atenção primária: “Os produtores devem observar as plantas daninhas que ficaram na área neste período de entressafra, o estádio de desenvolvimento delas e, com relação à programação de manejo para pré-plantio, executar uma boa dessecação”.
Dessecação essa que pode ser sequencial, feita duas vezes em momentos diferentes para melhor controle das daninhas. O intervalo sugerido é de 10 a 15 dias entre uma aplicação e outra. Com isso e a eliminação da soja tiguera, que nasce de maneira voluntária e pode surgir na entressafra, o plantio poderá ser feito no limpo, que permite melhor desenvolvimento da lavoura.
O Off Road é um herbicida recentemente incorporado ao portfólio da Ourofino, conta com uma tecnologia especialmente voltada para o manejo de dessecação. Com adjuvantes modernos, o herbicida à base de glufosinato-sal de amônio faz frente até mesmo às plantas daninhas resistentes.
Pragas e fungos
Outra dica para o momento sequente do cultivo é estudar a área e fazer um levantamento das pragas presentes para então determinar o manejo mais adequado, que vem logo após o vazio sanitário: o plantio. “É fundamental também realizar o tratamento de sementes e programar as aplicações foliares no início do cultivo”, pontua o especialista.
Nesse caso, a Ourofino Agrociência tem no portfólio o Terra Forte. A solução à base de Fipronil age no controle das principais pragas de solo e as de parte aérea em fase inicial, como broca, lagartas, vaquinha, coró em estágio larval e cupins.
Ao longo de todo o cultivo, o produtor deve manter ações de controle sistemáticas, geralmente integradas, para melhor resultado. Carvalho reforça que é sempre recomendado observar as questões climáticas que possam aumentar os desafios – por exemplo, propiciar o aumento da população de pragas –, e, assim, procurar por soluções que melhor atenda a realidade de cada região.