CNA e Embrapa debatem programa Soja Baixo Carbono
Objetivo é criar critérios mensuráveis das técnicas de manejo empregadas na produção, com foco em ações que mitiguem as emissões de Gases de Efeito Estufa
Com expectativa de acelerar, em meados deste mês, a colheita de algodão começou no último dia 28 de maio na Bahia. Na safra 2020/2021, o estado plantou, 266.662 hectares da commodity, e é disparado o líder do Matopiba, região que também engloba as áreas de cerrado do Maranhão, Tocantins e Piauí, e que contabilizou, ao todo, 305.351 hectares na safra em curso. A expectativa de colheita, no estado, é de, aproximadamente, 520.363 toneladas, e de 587.067 na região do Matopiba.
De acordo com os dados divulgados na reunião técnica para avaliação de safra, promovida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e realizada online na manhã da terça-feira (08/06), a produção da pluma deve ser 13% menor neste ciclo, e área retraiu em 15%. Esta redução é explicada pela maior rentabilidade relativa da soja e do milho, que garantem maior liquidez, com menor custo de produção, ainda que os preços da pluma, hoje, em US$0,86 por libra-peso, estejam num patamar considerado muito bom. Na época do plantio, o algodão estava cotado em cerca de US$0,60, o que deixava a soja e o milho em vantagem ainda maior. Os números da safra baiana foram apresentados, na reunião, pelo coordenador do Programa Fitossanitário da Abapa, Antonio Carlos Araújo.
“Uma redução de área e produção, quando olhada sem uma análise conjuntural, pode parecer algo ruim. Mas, no caso do algodão brasileiro, e, em especial da Bahia, isso reflete a sustentabilidade e a maturidade da nossa matriz produtiva, que é variada e balanceada em função do mercado. Além disso, a Bahia faz apenas uma safra, o que torna a decisão de plantio ainda mais acurada”, afirma o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi. Ele prevê um crescimento estimado em 5% na área de algodão para 2021/2022.
Hoje, o Centro de Análise de Fibras da Abapa, localizado em Luís Eduardo Magalhães, processou as primeiras amostras de algodão colhido nesta safra e os resultados iniciais da classificação por HVI já atestam o que os técnicos chamam de “qualidade premium” do produto. Essa qualidade foi o resultado de um clima favorável, marcado por chuvas regulares, distribuídas em cinco meses – finalizando em maio–, o que aponta para uma produtividade 2% superior à auferida na safra passada, devendo chegar a 317,3 arrobas por hectare de algodão em capulho ou 1951,4 quilos por hectare de algodão em pluma. “Mais uma excelente safra que o estado deve alcançar”, conclui Bergamaschi.
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