USDA mantém estimativas para a safra 2024-25 de soja e milho

Relatório WASDE foi publicado hoje, e estima uma safra de soja mundial de 422,26 milhões de toneladas; enquanto a produção global de milho deve atingir 1,220 bilhão de toneladas

12.06.2024 | 17:12 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações do USDA

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou hoje o seu mais recente relatório com previsões de oferta e demanda da safra 2024/25. De acordo com a entidade, a produção mundial de soja manteve a mesma perspectiva publicada no mês de maio: 422,26 milhões de toneladas. Enquanto a produção norte-americana deve atingir 121,11 milhões de toneladas. 

Já os estoques globais sofreram reduções, com 127,90 milhões de toneladas estimadas, contra 128,50 milhões de toneladas projetadas no relatório de maio. Para os estoques dos Estados Unidos, a previsão é de 12,38 milhões de toneladas. 

Para a produção de soja brasileira, o USDA atualizou os números com uma revisão para baixo na safra 2023/24. Agora, a produção está estimada em 153 milhões de toneladas, queda de 1 milhão (154 milhões de toneladas estimadas em maio). A previsão de baixa se deu principalmente pelas reflexões acerca das inundações no Rio Grande do Sul. 

Milho

A perspectiva do milho nos EUA para 2024/25 permaneceu inalterada em relação ao mês passado, e está estimada em 377,46 milhões de toneladas, enquanto a produção global deve atingir 1,220 bilhão de toneladas. 

Para o Brasil, o departamento estima uma safra de 127 milhões de toneladas, com pouca variação em relação ao relatório anterior.

Trigo

A perspectiva para o trigo 2024/25 dos EUA neste mês é de maior oferta, aumento das exportações e redução dos estoques. A produção foi estimada em 51,03 milhões de toneladas, registrando aumento contra 50,57 milhões divulgados no último relatório. 

A produção mundial, segundo o departamento, deve ficar em torno de 790,75 milhões de toneladas, quase 8 milhões de toneladas abaixo da colheita da safra 2023/24. A queda se deu, principalmente, pela redução de produção na Rússia, Ucrânia e União Europeia. 

Algodão 

As projeções de algodão dos EUA para 2024/25 mostram estoques iniciais e finais mais altos em comparação com o mês passado. A produção projetada, o uso interno e as exportações permanecem inalterados.

A produção norte-americana permanece estimada em 3,48 milhões de toneladas, e a safra mundial está projetada em 25,93 milhões de toneladas. 

Arroz

A produção de arroz no Brasil para o ano de comercialização 2023/24 foi estimada em 7 milhões de toneladas métricas pelo USDA. Esse valor representa uma queda de 3% em relação ao mês anterior. No entanto, há um aumento de 3% em comparação ao ano anterior. A área colhida está estimada em 1,5 milhão de hectares, uma redução de 45 mil hectares, ou 3%, em comparação ao mês passado, mas com um aumento de 1% em relação ao ano anterior. A produtividade foi estimada em 6,86 toneladas métricas por hectare, ligeiramente menor do que no mês anterior, mas 1% maior que no ano anterior.

O USDA reduziu sua previsão de produção de arroz no Brasil devido aos impactos das inundações históricas no Rio Grande do Sul, onde 70% da safra total de arroz é cultivada. O início das inundações mais severas ocorreu no final da colheita de arroz, limitando as perdas. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), 84% da colheita de arroz estava concluída até 8 de maio. Além disso, o IRGA estima que a área afetada pelas inundações seja inferior a 50 mil hectares, com perdas de produção abaixo de 400 mil toneladas métricas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reporta que o progresso da colheita no Rio Grande do Sul estava em 97% até 2 de junho, e nacionalmente, restam pouco mais de 3% da safra a ser colhida.

Chuvas no Rio Grande do Sul

O relatório do USDA também destacou as chuvas recordes ocorridas no Estado do Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio, resultando em enchentes históricas que danificaram ou destruíram plantações em várias regiões. A colheita da soja, porém, teve um impacto limitado devido ao momento em que foi realizada, com perdas potencialmente menores para essa cultura específica.

De acordo com a Conab, no início de maio, quando as enchentes começaram, a colheita de soja no Rio Grande do Sul já estava 75% concluída. Isso ajudou a mitigar as perdas potenciais. No entanto, um relatório inicial publicado pela Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) em 4 de junho indica que até 2,7 milhões de toneladas métricas de soja podem ter sido perdidas devido às enchentes.

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