Trichoderma foi discutida na Embrapa Meio Ambiente por uma das maiores autoridades mundiais no assunto

29.10.2012 | 21:59 (UTC -3)
Fonte: Assessoria de Imprensa

Matteo Lorito, da Università di Napoli (Itália), uma das maiores autoridades mundiais em Trichoderma como agente de biocontrole de doenças de plantas, esteve na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), em 17 de outubro, para falar sobre o desenvolvimento de biopesticidas à base de Trichoderma: da genômica ao campo.

Conforme Wagner Bettiol, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Trichoderma é o principal agente de controle biológico de doenças de plantas comercializado no Brasil e no mundo, com inúmeros produtos disponíveis no mercado. O seu mercado no Brasil duplicou de 2010 para 2011, demonstrando a importância do bioagente. A Embrapa Meio Ambiente desenvolve pesquisas com Trichoderma desde a década de 80 e atualmente está empenhada em estudar diversos aspectos desse bioagente.

O seminário discutiu pesquisas básicas e aplicadas com Trichoderma para o controle de doenças de plantas. Foi uma atividade do Fórum permanente para Adequação Fitossanitária, da Embrapa Meio Ambiente.

Lorito falou sobre genética, seleção de isolados e formulações. Indagado sobre a importância da pauta para o Brasil, comentou que “um produto à base de Trichoderma spp precisa possuir um bom isolado, fruto de seleção genética de linhagens resistentes e virulentas. Deve também ter uma boa formulação, para que possa chegar viável ao campo e agir no patógeno que se busca controlar”. Além do controle de fitopatógenos, o professor explicou que bons isolados de Trichoderma podem induzir resistência em plantas, bem como atuar como promotor de crescimento de plantas (PGP).

Para Ricardo Harakava, do Instituto Biológico, “a palestra foi muito interessante pois o Professor Lorito mostrou como as pesquisas básicas estão fornecendo subsídios para o desenvolvimento de métodos mais precisos de avaliação do potencial de isolados do fungo Trichoderma para o controle de doenças e promoção de crescimento de plantas. Desta forma, pesquisas em laboratório, utilizando diferentes ferramentas de biologia molecular, estão resultando em informações que podem ser aplicadas na prática em benefício dos agricultores”.

O diretor industrial da Koppert do Brasil, Danilo Scacalossi Pedrazzoli, afirmou entender de suma importância para o desenvolvimento do controle biológico no Brasil, o constante investimento em pesquisa e desenvolvimento de produtos à base de Trichoderma. “A Koppert possui um departamento de P&D forte na Holanda e queremos repetir a ideia no Brasil. Para tanto, buscamos experiências como a do Professor Lorito para aprimorar nosso conhecimento”.

Antonio Cerdeira, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, considerou o que foi apresentado muito interessante, principalmente pela aplicação da ciência básica na ciência aplicada e essa transferência de tecnologia para os produtores. “A pesquisa do Lorito envolve todo esse ciclo: básica, aplicada e serve tanto ao pequeno como ao grande produtor. E também a própria importância do Trichoderma. A gente lê e ouve falar, mas a apresentação esclareceu muito, especialmente para quem não trabalha com isso”.

“A palestra foi uma oportunidade para o corpo técnico relacionada à área de fitopatologia e de controle biológico de se informar sobre o modelo baseado em seis fatores que estão sendo usados atualmente para a seleção de isolados de Trichoderma, os chamados super strains, diz Kátia Nechet, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente.

Para ela, foi muito interessante ver também que o grupo dele trabalha desde a parte molecular do fungo até a aplicação prática no campo e uso pelos produtores. Esse uso foi estimulado pelo desenvolvimento de um kit que envolve o fermentador e o isolado selecionado que é produzido na própria propriedade substituindo o uso de defensivos pelo controle biológico. Um exemplo mostrado foi a aplicação de Trichoderma em uma área de 10 ha de melão em Honduras. “Isso estimula o trabalho na área uma vez que o Brasil é considerado um dos mercados em expansão para o uso de biopesticidas”, enfatiza Nechet.

O microrganismo se destaca como mais uma ferramenta de controle de doenças de solo para diversas culturas de importância econômica.

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