Projeto levanta impactos da legislação ambiental e sanitária na pecuária de corte

26.10.2012 | 21:59 (UTC -3)
Luciana Modesto

O custo das adequações que o pecuarista precisa fazer para respeitar as legislações ambientais e sanitárias está sendo levantando nos estados de Goiás, Tocantis e Mato Grosso do Sul. Realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o projeto reúne dados sobre os investimentos financeiros para o atendimento das legislações que tratam da vacinação contra a febre aftosa, criação e conservação de Área de Proteção Permanente (APP) e reserva legal, quanto ao manejo de água e esterco em confinamento e uso de defensivos e hormônios na pecuária de corte.

Em Mato Grosso do Sul, a Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) sediou a reunião, nessa sexta (26), com representantes do setor. “Queremos ouvir as principais dificuldades e apontar como a legislação afeta a margem de lucro do produtor”, diz a pesquisadora do CEPEA, Gabriela Garcia Ribeiro. De acordo com a assessora técnica da Famasul, Adriana Mascarenhas, o maior custo da pecuária está na mão-de-obra. Diante disso, a instituição sugeriu a inclusão da legislação trabalhista no estudo. “Teremos uma análise completa do que impacta no custo de produção e iremos mostrar que, mesmo com tanto rigor e dispêndio financeiro para as adequações, ainda temos competitividade”, complementa.

Além do Brasil, o levantamento é realizado na França, Itália, Reino Unido e Argentina, paises que compõem o Agri Benchmark, uma rede de comparação internacional de custos de produção de grãos, leite, ovinocaprinocultura e pecuária de corte formada por 20 nações. O resultado do levantamento é publicado anualmente. Os dados são analisados pelo Instituto Federal de Pesquisa para Áreas Rurais (VTI), um dos mais conceituados institutos de pesquisa agropecuária alemão. No Brasil, o levantamento de custos é feito desde 2003 pela CNA e CEPEA.

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