Tratamento contra podridão-da-uva-madura avança no IAC

Protocolo em desenvolvimento em Jundiaí (SP) envolve isolamento de fungos e testes químicos

05.08.2025 | 16:02 (UTC -3)
Fernanda Campos

Uma reunião na sede do Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), na cidade de Jundiaí (SP), reuniu entidades e especialistas de diferentes áreas, com objetivo de avançar no desenvolvimento de estratégias eficazes ao controle da podridão-da-uva-madura. A doença, provocada por fungos, atinge áreas de cultivo do Rio Grande do Sul e também do chamado Circuito das Frutas, na região de Jundiaí, preocupando produtores e pesquisadores ante potenciais prejuízos.

De acordo com o pesquisador científico Hamilton Ramos (na foto), diretor do CEA-IAC, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, o encontro no centro de pesquisas reuniu representantes da prefeitura de Jundiaí e da Associação Agrícola local, além de produtores de uva e do Instituto Biológico do Estado de SP.

“Até o momento, observamos que variações de fungos que agem em Jundiaí são diferentes das identificadas no Rio Grande do Sul”, adianta Ramos.

Ele comenta, ainda, que desde o início os estudos sobre a doença no Brasil pesquisadores fizeram sequenciamento genético de mais de 50 fungos. Na etapa de Jundiaí, os pesquisadores Cesar Jr. Bueno e Ricardo Harakawa, do Instituto Biológico de SP, evoluíram para o isolamento e a identificação dos patógenos específicos que ocorrem na região.

“Esses cinquenta fungos compõem a família Glomerela ou Colletotrichum, têm sido sequenciados no Brasil ao longo do tempo e agora estão sendo utilizados para identificar patógenos específicos encontrados na região de Jundiaí”, reforça Ramos.

Segundo Ramos, a expectativa da equipe de pesquisadores é a de analisar até o mês de setembro a eficácia potencial de parte dos fungicidas recomendados para controle da doença em Jundiaí e região. “Identificaremos ingredientes ativos químicos e biológicos com alto, médio e baixo desempenho para o manejo regional da podridão-da-uva-madura, para orientar a ação de produtores e consultores”, ele conclui.

De acordo com produtores e consultores presentes ao CEA-IAC, a incidência da doença ocorre de maneira mais intensa na região de Jundiaí a partir do mês de setembro. Segundo eles, o fungo age em todas as fases da uva. Uma vez não controlada, eles afirmam, a podridão-da-uva-madura causa perdas significativas na produção e na qualidade final do fruto. Os sintomas incluem manchas, escurecimento e murchamento da uva.

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