Temperaturas amenas tranquilizam produtores de pêssego da Serra Gaúcha

27.08.2015 | 20:59 (UTC -3)
Mateus de Oliveira

De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (27/08), os produtores de pêssego da região da Serra Gaúcha estão mais tranquilos, já que as temperaturas amenas registradas na última semana reduziram a velocidade de florescimento dos pessegueiros. Os agricultores estavam apreensivos devido à antecipação do florescimento causada pelo calor fora de época do início do mês, que segundo o assistente técnico estadual em Fruticultura da Emater/RS-Ascar, Antonio Conte, poderia expor as plantas a sérios riscos de perdas caso venham a ocorrer geadas, comuns até meados de setembro.

Nos locais de maior altitude, praticamente todas as cultivares de pêssego já estão florescendo com grande intensidade, mesmo as mais tardias. No entanto, este florescimento não garante o desenvolvimento das frutas e uma boa produção. Segundo a Emater/RS-Ascar, a falta de frio afeta as gemas vegetativas de folhas, que precisam de um acúmulo de horas de frio maior do que as gemas floríferas. Não havendo área foliar suficiente para abastecer as frutas, muitas delas podem ser abortadas das plantas.

Nos pomares de variedades superprecoces, cultivados em locais de clima mais quente da região serrana, a frutificação está bem adiantada e exige a adoção de práticas culturais como o raleio de frutas e os tratamentos fitossanitários para controle e prevenção de doenças. Algumas plantas estão com frutas em maturação antecipada, exigindo a sua colheita para que não se tornem possíveis focos de disseminação de doenças e pontos de reprodução de pragas, como a mosca das frutas.

No Sul do Estado os pessegueiros estão com uma floração desuniforme, em função da ocorrência de reduzido número de horas de frio. Até o momento estão acumuladas apenas 180 horas de temperaturas iguais ou abaixo de 7,2ºC, frente à média histórica de mais de 503 horas para o período na região. Estima-se que 96% dos pomares já foram podados, encaminhando-se para o final da prática, e iniciam as atividades de raleio nas cultivares precoces e as aplicações de adubos. Na região do Planalto, os agricultores podaram em torno de 80 a 90% dos pomares. Há uma floração bastante precoce dos pessegueiros, e assim como na Serra, há risco de ocorrer uma geada tardia que poderá prejudicar a produção.

Foto: Rogério Fernandes

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