ANDEF participa do 2º encontro do curso de pós-graduação em Proteção de Plantas em Viçosa/MG
Conhecer na prática as tecnologias para a agricultura e tornar-se mais preparado para o mercado do agronegócio. Esse foi o objetivo de cerca de 180 acadêmicos de Ciências Agrárias e Biológicas (da Faculdade Anhanguera de Dourados, Unigran, UFGD e UEMS) que participaram, na quarta-feira, 8 de fevereiro, do Dia de Campo realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados/MS), Unidade de Pesquisa da Embrapa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Na terça-feira, 7 de fevereiro, cerca de cem produtores e técnicos estiveram presentes no mesmo evento (confira), que contou com a parceria da Embrapa Transferência de Tecnologia, Escritório de Negócios de Dourados; Embrapa Soja; Fundação Meridional; e Abrange. Os temas do Dia de Campo, tanto para os produtores quanto para os acadêmicos, foram Cultivares de Soja, Programa Soja Livre, Consórcio Milho-Braquiária e Integração Lavoura-Pecuária.
“Também reconhecemos a importância dos estudantes, que fazem parte do público-alvo da Embrapa e que, no futuro, estarão à frente de atividades de assistência técnica, pesquisa ou extensão rural. E conhecer as atividades da Embrapa é uma maneira de receberem as informações sobre as novidades de pesquisa e geração de tecnologia para que estejam preparados para o exercício da profissão”, afirma o chefe geral em exercício da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus. Além disso, Asmus lembra que a Embrapa mantém programas de estágios obrigatórios e não-obrigatórios através de convênios com várias instituições de ensino técnico e superior do país, assim como atua de forma crescente em programas de pós-graduação.
Para o estudante de graduação do 7º semestre do curso de Agronomia, Jacson Roberto Tenfen, que já fez estágio na Embrapa na área de manejo e conservação de solo, o Dia de Campo é uma oportunidade de adquirir conhecimentos práticos para “tentar convencer os produtores a utilizar tecnologias comprovadamente eficazes”. A estudante de pós-doutorado em Agronomia, Elizangela Vargas Grance, estuda o manejo integrado de pragas e veio em busca, principalmente, de informações sobre a soja convencional e do Programa Soja Livre. “A filosofia do meu estudo busca integrar vários métodos de controle com produtos de qualidade que não agridam o ecossistema. Por isso vim em busca de novas informações”, comentou.
No auditório da Unidade de Pesquisa, os acadêmicos assistiram à palestra sobre o Programa Soja Livre, com o coordenador Brasil do Programa Soja Livre e diretor técnico da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), Ivan Paghi, e também à palestra sobre as novidades no Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura de milho consorciado com braquiária no Estado de Mato Grosso do Sul, proferida pelo analista de pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste, Gessí Ceccon.
Em seguida, foram à Vitrine Tecnológica da Unidade de Pesquisa e passaram por três estações: Programa Soja Livre, Cultivares de Soja da Embrapa em parceria com a Fundação Meridional, e Integração-Lavoura-Pecuária (ILP).
Como os produtores de soja em grande parte de Mato Grosso do Sul sofreram com a estiagem na safra 2011/2012, uma das informações apresentadas pelo pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Luís Armando Zago Machado, foi o benefício proporcionado pela ILP: a soja cultivada sobre a pastagem mantém o ciclo normal, permitindo a boa produção de grãos, já que o ciclo não encurta como acontece em períodos de seca.
Na estações do programa Soja Livre e das demais cultivares de soja do convênio entre Embrapa e Fundação Meridional, o pesquisador Carlos Lásaro e o analista de transferência de tecnologia Euclides Maranho, ambos da Embrapa Agropecuária Oeste, destacaram opções produtivas, como as BRS 284, BRS 317 e BRS 282. A BRS 284 é apropriada para a abertura do plantio, a partir de 1º de outubro. A BRS 317 é indicada para plantios em meados de outubro, e a BRS 282 para o fechamento do plantio, no fim de outubro ou início de novembro. Essas são algumas informações que possibilitam o produtor fazer a gestão na propriedade e preparar-se para o cultivo do milho safrinha.
O analista de mercado da Fundação Meridional, Wanderley Jorge, lembra ainda que, na linha das cultivares convencionais, o próximo lançamento dentro do Programa Soja Livre será a BRS 361, que terá indicação estendida para o sul de Mato Grosso do Sul.
Para o produtor que deseja adotar a tecnologia de soja transgênica, foram destacadas aos acadêmicos as cultivares BRS 295RR e BRS 316RR. A BRS 295RR permite o plantio a partir de 15 de outubro, com alto potencial produtivo. Já o plantio da BRS 316RR acontece em meados de outubro e sua principal característica é a resistência a nematoides-de-galha e a estabilidade de produção.
Segundo o chefe geral em exercício, a mensagem básica transmitida aos estudantes visou demonstrar a importância da agricultura para o país e a relevância da produção com sustentabilidade econômica e ambiental. “As tecnologias apresentadas pela Embrapa reforçam a possibilidade de se produzir adequadamente, com redução de riscos, custos e com mais regularidade”, afirma Asmus.
Silvia Borges
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